São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 1994
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Erro no salário; Planilha universitária; Eleições diretas; Aborto em questão; Preço dos combustíveis; Guerra à inflação; Candidatura Lula; Mortalidade infantil; Histeria da Copa

Erro no salário
"Por equívoco de minha exclusiva responsabilidade, na matéria sobre `Greve nas universidade', publicada na página A-1 do caderno especial de ontem na Folha, constou que recebo US$ 1.000 mensais. Na realidade, o cálculo passou a ser feito em URVs, o que determinou o equívoco. O valor real no último mês foi de 1.172,00 URVs de salário base e 2.138,00 líquidos."
Dalmo Dallari, professor titular e candidato a diretor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo -USP (São Paulo, SP)

Planilha universitária
"Em relação à (longa) carta do professor Flávio Abranches Pinheiro (19/06) temos a esclarecer que, segundo a planilha em cruzeiros divulgada pelo Cruesp em 6/06, o comprometimento acumulado com salários dos repasses do governo estadual às universidades estaduais paulistas no período janeiro a junho de 93 é 83,75%. Caso o reajuste de maio tivesse sido de 12,3% (e não 8%), esse comprometimento seria de 85%; com um reajuste de 16,0%, o comprometimento acumulado seria de 86%; com um reajuste de 19,6%, o comprometimento seria de 87%. Já com a planilha divulgada pelo Cruesp em 16/05, os reajustes correspondentes a comprometimentos de 85%, 86% e 87% seriam respectivamente de 23,6%, 27,3% e 30,9%. Convém ainda esclarecer que em nenhuma das planilhas do Cruesp está incluída a diferença entre o fechamento de ICMS do mês de abril e o valor anteriormente informado pela Secretaria da Fazenda ao Cruesp."
Otaviano Helene, presidente da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo –Adusp (São Paulo, SP)

Eleições diretas
"Embora compartilhando das preocupações do colega professor José Pinotti com o destino da universidade pública e com seus compromissos político-sociais, não posso deixar de discordar dos argumentos que apresentou no seu artigo de 16/06. Não vejo como podemos educar a juventude para que se engaje na construção da cidadania e de uma sociedade mais justa, dando tantos maus exemplos em nossa prática universitária. Sem dúvida, eleição direta não é mesmo nenhuma garantia de democracia, mas é, sim, uma forma muito autêntica de mostrar à juventude que se quer educar, que as decisões importantes da comunidade devem ser tomadas participativamente. No caso da universidade, por mais que ela possa cair no corporativismo, a escolha direta de suas chefias garante maior representatividade e compromisso das mesmas com os objetivos públicos da universidade, sobretudo quando se trata de `prestar contas', do que a indicação feita por grupos restritos da estrutura burocrática."
Antônio Joaquim Severino, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Aborto em questão
"Acompanho com grande interesse o debate sobre o aborto, iniciado pela digna e lúcida entrevista do dr. Aníbal Faúndes, com o qual concordo integralmente. Ser contra o aborto não é ser a favor da sua criminalização."
Diaulas Costa Ribeiro (Brasília, DF)

"Manifestamos total apoio às declarações corajosas do dr. Aníbal Faúndes e ao trabalho realizado no Caism, da Universidade Estadual de Campinas, que mantém uma posição ética e responsável perante a realidade da mulher, inserindo uma discussão importante na sociedade, sem hipocrisia e interesses econômicos ou políticos."
Nair Goulart, da Secretaria Nacional da Mulher, Criança e Adolescente da Força Sindical (São Paulo, SP)

"Parabéns à Folha por rediscutir a questão do aborto. Manter a criminalidade do aborto e contestar os métodos anticoncepcionais são alguns dos instrumentos arcaicos de dominação."
Ernani Miura (Porto Alegre, RS)

Preço dos combustíveis
"A respeito da notícia afirmando que a Prefeitura de São Paulo entrou na Justiça contra a Petrobrás, a Petrobrás Distribuidora e o Departamento Nacional de Combustíveis (pág. 1-5 da edição de 17/06), reclamando de aumento abusivo no preço do diesel, cabe esclarecer que a ação foi prejudicada por não ter sido movida contra quem de direito. Afinal, atualmente, a competência para determinar os aumentos dos combustíveis é do Ministério da Fazenda. No entanto, a idéia do sr. Maluf, se devidamente encaminhada, é de interesse da sociedade. Dessa maneira, os consumidores de gasolina e de diesel (proprietários de carros, os agricultores etc.) deveriam organizar-se em grupos de 20 ou 30 pessoas e entrar na Justiça contra o Ministério da Fazenda, a Petrobrás, o Departamento Nacional de Combustíveis e as distribuidoras, com base na nova lei antitruste, reclamando uma redução nos preços compatível com a redução ocorrida no preço do petróleo."
José Conrado de Souza, diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobrás –Aepet (Rio de Janeiro, RJ)

Guerra à inflação
"Se existe, neste país, realmente a vontade política de acabar com a inflação, é preciso acabar com as `meias-medidas' dos nossos `homens públicos'. Uma providência, naquele sentido, no meu entender bastante simples e até mesmo óbvia deve ser implantada de imediato: a obrigatoriedade de que todas as redes de supermercados, de lojas de departamentos e demais varejistas emitam notas fiscais, nos caixas de registros, que contenham detalhes do produto (com pesos e medidas) e o preço."
Walter G. Giordano (São Paulo, SP)

Candidatura Lula
"A pesquisa Datafolha divulgada no domingo sobre a rejeição do empresariado ao candidato Lula só confirma o que há muito tempo sabemos e sentimos: o nosso empresariado é conservador, retrógrado e fechado à construção de uma sociedade com justiça social e sem bolsões de miséria e de riqueza."
Rosângela Ribeiro Gil (Santos, SP)

Mortalidade infantil
"Extremamente oportuno o artigo de Gilberto Dimenstein publicado por esta Folha no dia 12/06. Revelar o que todos sabemos mas desconhecemos: a mortalidade infantil ainda continua em situação lamentável."
Allan Carlos Said Amim (Campinas, SP)

Histeria da Copa
"É realmente de assustar a histeria com que a imprensa tem tratado a Copa do Mundo. O brasileiro não pode ligar a televisão ou abrir o jornal sem ser bombardeado por uma avalanche de artigos e números sobre o campeonato mundial. O fato, porém, é que toda essa badalação não reflete o interesse do público (que está bastante apático com relação à nossa seleção), mas sim e tão-somente o dos anunciantes, que investiram pesado."
José Luiz Primo Dias (Franco da Rocha, SP)

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