São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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Souza Cruz nega projeto

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A Souza Cruz negou a existência do "Projeto Y-1", supostamente destinado à produção de cigarros "supernicotinados".
Segundo a empresa, Y-1 é o nome de uma mistura específica de diferentes tipos de fumo. A partir de quatro variedades de fumo, a Souza Cruz realiza 300 misturas.
Cada mistura ("blend", no jargão dos fabricantes) é identificada pela combinação de letras e números.
A mistura Y-1 foi produzida, de acordo com a Souza Cruz, a partir de encomenda da companhia norte-americana Brown & Williamson.
Para atender a encomenda, a Souza Cruz diz ter recorrido à rede de 65 mil agricultores da região Sul que abastecem a companhia.
O assessor de imprensa da Souza Cruz, Vítor Szneijder, afirma que a companhia forneceu as quantidades da mistura Y-1 exportado para os Estados Unidos nos últimos quatro anos.
Szneijder disse que não há números anteriores a 1991, mas que é provável a existência de encomendas e produções antes daquele ano.
Segundo a Souza Cruz, em 91 foram exportadas, por encomenda da Brown & Williamson, 850 toneladas da mistura. Em 92, as exportações baixaram para 253 toneladas.
Em 93 e este ano, a Souza Cruz informou que não exportou a mistura porque não teria havido encomendas.
A Souza Cruz não deverá tomar uma atitude formal em relação às suspeitas de que teria produzido tabaco com teor exagerado de nicotina.
"A Souza Cruz apenas foi citada. Não vamos apresentar nenhum pronunciamento bombástico", diz o assessor.
Szneijder nega que exista uma manipulação dos teores da nicotina.

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