São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994 |
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Los Van Van exporta a música de Cuba
CARLOS CALADO
Comandada pelo maestro Juan Formell, a orquestra cubana Los Van Van foi até agora –junto com o cantor panamenho Rubén Blades– a favorita da platéia do 7º Aruba Jazz & Latin Music Festival, que prossegue amanhã com os shows de Qua-Si, Dave Koz e Marc Anthony. "Parece que foi ontem, mas realmente faz muito tempo que começamos", brinca o líder Formell, lembrando o contexto em que fundou a orquestra, em 4 de dezembro de 1969. "Já tinha passado a época da Orquesta Aragón e Beny Moré. As pessoas estavam querendo alguma coisa nova, talvez com outra sonoridade. Daí nasceram os Van Van." A origem do nome, explica Formell, foi totalmente casual. "Naquela época havia uma campanha estimulando a produção de açúcar, que repetia o slogan `los 10 milliones van, y van van' (os 10 milhões vão, e vão vão). Usamos muito essa expressão entre nós, quando as coisas estavam difíceis, até que virou o nome da orquestra." "Como nunca tivemos compromisso com gravadoras ou outros esquemas omerciais, fomos evoluindo junto com os dançarinos. Se o nosso público passa a dançar iferente, com outro swing ou outra dinâmica, também temos que acompanhar essas mudanças." Além do precário nível sonoro das gravações que se fazem em Cuba, o que mais dificulta que a música dos Van Van seja mais conhecida fora de seu país, segundo Formell, é a péssima distribuição de seus discos, muito difíceis de encontrar fora de Cuba. "Mesmo quando eles saem nos EUA, ou em países como a Espanha, não são promovidos nas rádios e TVs, ou nem mesmo chegam a todas as lojas", reclama o maestro. "Nos últimos 30 anos nenhum conjunto cubano conseguiu entrar nesse mundo em que um grupo japonês de salsa, como a Orquesta de La Luz, consegue vender milhões de discos". Esses problemas não impediram que Los Van Van continuem cultivando lentamente sua carreira internacional, fazendo apresentações pelo mundo. Além de ter seus sucessos interpretados por outros salseiros de destaque, como o Gran Combo de Porto Rico, ou o próprio Rubén Blades, que fechou seu show de domingo, com a clássica "Muevete". "Este é um bom momento para a música dançante em Cuba. Há pelo menos umas cinco ou seis orquestras de ótimo nível, como a de Isa Delgado ou a Charanga Vanera", enumera o líder dos Van Van. "Mesmo assim, deixando a falsa modéstia de lado, acho que continuamos a ser a número um." O jornalista CARLOS CALADO viajou a convite da Aruba Tourism Authority e da Vasp. Texto Anterior: Jovens artistas expõem no Centro Cultural SP Próximo Texto: CESAR FASSINA Índice |
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