São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 1994
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Alemanha mantém Matthaeus de líbero

NOELLY RUSSO
ENVIADA ESPECIAL A DALLAS

O jogo da Alemanha hoje contra a Coréia do Sul será uma prova de fogo para o treinador alemão Berti Vogts e seus jogadores. O jogo é às 15h (17h no Brasil) em Dallas.
Eles entram em campo com várias missões. A vitória é a principal delas. Mas resolver problemas internos da equipe também se tornou uma tarefa muito importante.
Para Vogts, essa será uma partida decisiva para os alemães tentarem recuperar a autoconfiança e conseguirem justificar sua posição de favoritos.
Ele deseja que o time vença os sul-coreanos por um placar folgado –dois ou três gols. O resultado faz parte da estratégia para levantar o ânimo dos alemães.
A equipe, segundo seu técnico, não tem mostrado personalidade. "Eles têm que se divertir durante os jogos. Isso não tem acontecido. Nos dois primeiros jogos não vimos muito bom futebol, não é? Quando eles (os jogadores) estiverem jogando com mais personalidade, tudo deve melhorar."
Espera ainda que, no caso de conseguir uma vitória, a pressão que o time vem sofrendo diminua –Vogts tem sido duramente criticado pela imprensa alemã.
Finalmente, Vogts espera encerrar de uma vez por todas as críticas e discussões dentro da equipe.
Depois das críticas feitas pelo meia Thomas Berthold e pelo zagueiro Andreas Brehme, no meio da semana passada, foi a vez do meio-campista Andreas Moeller reclamar, anteontem.
Ele teria protestado contra a hipótese de ficar fora do jogo de hoje contra a Córeia do Sul. Teria criticado o treinador Vogts por conta dos rumores.
"Ainda não me decidi sobre a entrada de Moeller. Terei uma conversa a sós com ele sobre as reclamações, para resolver de uma vez os problemas", disse Vogts.
O zagueiro Guido Buchwald é a novidade no time alemão. Ele ficou fora das duas partidas iniciais, por conta de uma contusão.
"A equipe vai jogar bem. Qualquer problema que tenha havido entre treinador e jogadores já está resolvido agora. A imprensa é responsável por transformar tudo em crise", afirmou.
Com a entrada de Buchwald, Vogts deve tirar o meia Sammer e colocar Effenberg na lateral. "Ele já jogou nessa posição e não vai estranhar", disse.
O treinador disse que ainda não podia anunciar o time definitivo porque não havia se decidido entre as várias boas possiblidades. Matthaeus continua a ser o líbero.
"Gosto da posição. Já me acostumei e me sinto bem jogando como líbero. Minha primeira função é organizar a defesa e só então auxiliar o meio-campo", disse.
Os sul-coreanos também têm motivos para preocupações. Com o ânimo abatido pelo empate com a Bolívia, o técnico Kim Ho aposta no preparo físico de seus atletas.
"A Alemanha é o Golias. Somos os Davis. Os jogadores acreditam que podem jogar bem contra os campeões do mundo, mas sabem que será difícil", disse.
O plano de Ho é segurar o empate até os últimos 30 minutos do segundo tempo. Nessa altura do jogo, ele acredita que os alemães já não terão condição física para correr e os coreanos poderão se aproveitar.
Para reforçar a estratégia, ele poupou os titulares –a mesma equipe que jogou as primeiras partidas– do treino de sábado.
Os sul-coreanos enfrentaram um calor de 42 graus Celsius, às 15h (17h no Brasil), para ter a exata noção do que será o jogo de hoje.
"Quente. Muito quente", foi como resumiu a situação o goleiro Choi In Young. Ele só praticou algumas defesas e esperou a equipe no ônibus.
Sua outra arma contra os alemães será a velocidade. "Preparo físico e velocidade são nossa única possibilidade de vencê-los", disse.
Ho atribuiu à impaciência dos jogadores a falta de um gol contra a Bolívia. "Sempre peço que sejam pacientes. Que esperem o melhor momento para chutar. Reforcei o pedido para o jogo de hoje contra a Alemanha."

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