São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 1994
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Vagando pela América, de costa a costa

MATINAS SUZUKI JR.
ENVIADO ESPECIAL A CHICAGO

Meu amigos, meus inimigos, que diferença um dia faz, como canta uma da minhas divas prediletas, Dinah Washington. Pequenas 24 horas, ela diz. E que diferença fazem pequenas 48 horas!
Na quinta, cheguei a Nova York na hora do almoço. Já havia passado, naquela manhã, por Detroit e Chicago (onde estou de volta; vai ser a minha "hometown" como canta aquele dos olhos azuis).
Burt Bacharat (lembra-se?) e Dionne Warwick (lembra-se? Uma casa não é um lar) encontram-se por aqui depois de muito tempo. Cantaram "Você Conhece o Caminho para San José?".
Pois eu conheço. É pertinho do Brasil. Ou melhor, pertinho do pedaço do Brasil nesta América gigante. Pertinho de onde o Brasil está concentrado e jogando. Pois então lá vou eu. Pé na estrada.
Pé na estrada uma vírgula. E um ponto. Pé na escada. Do avião. Quinta: Detroit, Chicago, Nova York. Sexta: amanheço em "Sanfran", como se diz por aqui. Cruzando a América mais uma vez.
Vejo o Brasil. Depois do jogo, jatinho para LA. Bate-bola no campo do Jô. Dos estúdios de Hollywood direto para o aeroporto. No sábado, aterrisso em Boston, bela cidade de Massachusetts.
A Nigéria é a beleza desta Copa. Elegância dos seus jornalistas em trajes vivos (não a roupa ordinária de todos nós, nos dois sentidos). Elegância triunfal –mesmo na derrota– das mulheres.
É a telenovela da Copa. Vôos atrasam. Vôos estão lotados. Estaria a economia dos EUA se reaquecendo? Ou serão as férias de verão que enchem os vôos? Summertime. O dólar despenca no mundo.
Jornais tentam explicar a queda do dólar na sexta. Jornais tentam explicar as regras do futebol. Eu gostaria de conhecer o aquário de Chicago. A informação do século é a informação das cidades.
Os bostonianos são loucos por comida. Ali tem um dos mais famosos bares da América, o Cheers. É legal por que eles são tradicionais e auto-irônicos. Auto-ironia quer dizer que tem salvação.
Mesmo que não tenha. Um velho senador de Massachusetts dizia que uma verdadeira pessoa da Nova Inglaterra é aquela que pega o trem das 11h para Nova York.
No futebol total ninguém pode ficar parado. Tem que tocar e sair para receber. Portanto lá vou eu, o sargento da banda do clube dos corações solitários. See you.

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