São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 1994
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Grécia leva oito gols em duas partidas

MATINAS SUZUKI JR.
ENVIADO ESPECIAL A CHICAGO

A Grécia é o maior saco de pancadas dessa 15ª Copa do Mundo de Futebol, que se realiza nos Estados Unidos. Tomou oito gols até agora, nas duas primeiras rodadas.
Levou quatro gols ontem na derrota para a Bulgária, pelo Grupo D, no estádio Soldier Field, em Chicago, Estado de Illinois, centro-norte dos EUA.
Havia tomado a mesma quantidade na sua estréia em Copas do Mundo, ao perder para a Argentina. A Grécia já está fora da próxima fase do Mundial.
Nesta sua primeira Copa, ela jogou 180 minutos e não marcou nenhum gol. Já para a Bulgária, a vitória de ontem tem uma importância histórica.
É o seu primeiro triunfo em cinco Copas que disputou. Até ontem, a Bulgária havia empatado dez jogos e perdido seis. E mantém suas chances de ir às oitavas-de-final.
Repescagem
A vitória por quatro gols foi importante para a Bulgária tentar passar pela repescagem. Ela tem três pontos e saldo de um gol positivo. Está em terceiro no grupo.
A Nigéria, que anteontem perdeu para a Argentina por 2 a 1, tem três pontos e dois gols de saldo. Só que a Nigéria enfrentará a Grécia, a mais fraca do grupo.
A Bulgária pega a Argentina, embalada por duas ótimas vitórias. Se perder, a Bulgária fica sem saldo positivo de gols e dependente dos resultados das outras chaves.
Ilusão
O placar de 4 a 0 dá falsa idéia do jogo. Foi fraquíssimo. Metade dos gols foi marcada em cobranças de pênalti por Hristo Stoichkov (8, Barcelona).
O primeiro foi logo aos 4m30. Na cobrança de uma falta pela esquerda, o atacante Alexandro Alexoudis (16, do OFI Creta) pegou a bola com a mão na sua área.
Um lance de total falta de malícia. Depois do gol, a Grécia tomou a iniciativa do jogo, mas falta qualificação técnica para a maioria dos seus jogadores.
Aos 9m30 do segundo tempo, Yiannos Kalitzakis (5, do Panathinaikos) e o goleiro Ilias Atmatzidis (20, do AEK Athenas) fizeram faltas seguidas em Krassmir Balakov (20, Sporting, Portugal). O juiz marcou pênalti.
Stoichkvov converteu e se igualou ao seu amigo e companheiro Romário, entre outros, ficando em segundo lugar entre os artilheiros da Copa, com dois gols.
O terceiro gol da Bulgária foi o único lance realmente bem realizado de todo o jogo.
O somente aplicado meio-campista Yordan Letchkov (9, Hamburgo, Alemanha) tabelou com Zlatko Iankov (6, CSKA Sofia) e marcou na saída do goleiro.
Aos 46min, Daniel Borimirvov, que tinha acabado de entrar, marcou na rebatida do fraquíssimo goleiro Atmatzidis, após falta cobrada por Stoichkov.
Passes
Os dois times erraram muito nos fundamentos (passes, principalmente). A Grécia não tem nenhum jogador acima da média. O time é voluntarioso e incompetente.
A Bulgária, tirando Stoichkov, também é um deserto de jogadores e idéias. Seu companheiro de ataque Emil Kostadinov (7, do Porto, Portugal) é uma decepção.
O jogo só foi pródigo na distribuição dos cartões amarelos pelo juiz Ahmed Bujsaim, dos Emirados Árabes: foram mostrados quatro para cada time.

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