São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 1994
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Adolescentes não procuram tratamento

LARISSA PURVINNI
DA REPORTAGEM LOCAL

As DSTs podem ser tratadas e raramente são fatais. "Mesmo assim, em 1990, morreram 19 pessoas por sífilis no Brasil, entre elas, um adolescente", diz Albertina Duarte Takiuti.
A médica diz que os teens preferem se automedicar a procurar atendimento. Os que procuram acabam não tomando a medicação até o fim.
"Eles param de tomar os remédios assim que os sintomas desaparecem", diz.
A consequência é que o adolescente continua infectado e acaba passando a doença para outras pessoas.
Segundo dados do Ministério da Saúde foram notificados 341.647 casos de DSTs no Brasil, de 1987 a 1993.
As DSTs passaram a ser de notificação compulsória em 1992. Antes os médicos não eram obrigados a registrar os casos dessas doenças.
Segundo os especialistas isso dificulta uma avaliação da evolução das doenças.
Albertina afirma que a notificação das doenças venéreas esbarra em preconceitos e tabus que envolvem a sexualidade.
"As pessoas consideram uma discriminação o pedido de um exame para comprovar contaminação por doenças transmitidas sexualmente."
A Folha ouviu seis médicos sobre o aumento da incidência de DSTs e todos afirmaram que o número de casos está crescendo.
Segundo os números do ministério, a doença de maior incidência é a uretrite não-gonocócica (veja quadro acima), com 103.632 casos.
Em seguida vem a sífilis com 102.917 casos. A gonorréia fica em terceiro lugar, com 90.898 casos.
Outras doenças transmitidas através de relações sexuais, como a tricomoníase, não são de registro obrigatório.

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