São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DSTs)

NOME
AIDS
Sífilis
Gonorréia (Uretrite gonocócia)
Uretrites não-gonocócicas
Cancro mole
Condiloma acuminado
Herpes genital
Corrimentos vaginais

O QUE CAUSA
É causada pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana). O HIV destrói lentamente o sistema de defesa do organismo infectado.

Causada pela bactéria Treponema pallidum. Depois da AIDS, é a mais grave das DSTs, podendo causar lesões em vários órgãos. Pode ser transmitida pela mulher grávida ao seu bebê. Conforme seu estágio de evolução é classificada em sífilis recente (até uma ano) e sífilis tardia (com mais de uma ano).

Causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. É uma das DSTs mais comuns.

A maioria destas infecções, que atacam o canal da urina, são causadas pela bactéria Chlamydia trachomatis, conhecida como clamídia.

Causado pela bactéria Haemophilus ducreyi.

Causado pelo vírus do grupo Papovavirus. O Condiloma Acuminado também é conhecido como "crista-de-galo" e verruga venérea.

Na maior parte dos casos é causado pelo Herpes Virus hominis tipo 2. Os demais são causados pelo vírus do tipo 1, também responsável pela maioria dos casos de herpes labial.

Um dos mais comuns são causados pelo protozoário Trichomonas vaginalis

SINTOMAS
Os primeiros são fraqueza, emagrecimento, febre e diarréia, sem causa aparente. Outras doenças também podem causar os mesmos sintomas. Além desses sintomas, o doente também pode apresentar gânglios em todo corpo, alterações na pele e queda de cabelo.

Os sintomas da sífilis primária (cancro duro) aparecem três semanas após a relação sexual. No local onde a bactéria penetrou –pênis, vagina, ânus ou lábios– surge uma ferida que não dói, sem pus e com as bordas duras. Some depois de um mês, mas a infecção continua. Um mês após o cancro sumir, surgem os sintomas da sífilis secundária: erupções vermelhas no tronco, membros, mãos, pés, e nas mucosas da boca e dos genitais. O cabelo pode cair. A pessoa tem febre baixa, indisposição e ínguas. Durante meses, as erupções se repetem, até desaparecerem. Dois terços dos doentes curam-se espontaneamente. No terço restante, a doença chega ao seu estágio mais grave (sífilis latente). Durante 2 a 15 anos, em média, a sífilis se mantém sem sintomas e reaparece causando lesões no cérebro, coração, fígado, ossos e pele, provocando cegueira, doenças mentais e até a morte.

Na maioria dos homens, a doença se manifesta entre dois a cinco dias após a relação sexual. O sinal é um corrimento amarelado na uretra (canal da urina), que arde quando a pessoa urina. Dependendo do tipo de relação sexual (oral ou anal), a gonorréia pode se instalar na garganta e no ânus, causando inflamação. Apenas 40% das mulheres infectadas apresentam sintomas, como corrimento na vagina ou uretra e ardência ao urinar.

Os sintomas aparecem de uma a três semanas após o contato sexual com a pessoa infectada e são menos intensos que os da gonorréia. No homem, surge um corrimento claro, em pequena quantidade, que pode ser melhor percebido de manhã, pois se acumula durante a noite. Ás vezes só é notado porque manchou a cueca. A ardência ao urinar é discreta e, em muitos homens, não há qualquer sintoma. Na maioria das mulheres, a infecção ocorre no colo do útero e não provoca nenhum sintoma. Pode haver um corrimento vaginal claro.

Dois a três dias após o contato sexual com a pessoa infectada aparecem pequenas feridas arredondadas, muito dolorosas, recobertas por pus amarelado e mole. Uma semana depois, surge uma íngua avermelhada e dolorosa na virilha. Com o tempo o conteúdo da íngua amolece e vaza. Nas mulheres, o cancro mole se localiza na vulva, na vagina e no colo do útero (nesses dois últimos lugares, pode passar despercebido). Nos homens, a localização mais frequente é na glande (cabeça do pênis). A doença também pode atingir o ânus e reto de homens e mulheres que costumam ter relação anal, provocando dor, sangramento e dificuldade para evacuar.

Algumas semanas ou até meses após a relação sexual com a pessoa infectada, surgem pequenas verrugas róseas ou acinzentadas, moles e úmidas, que vão crescendo e se juntando, adquirindo o aspecto de uma couve-flor. No homem, a localização mais comum é a glande (cabeça do pênis). Na mulher, é a vulva, podendo penetrar na vagina. Em homens e mulheres que tenham relações anais, o condiloma pode se aparecer no ânus ou em volta dele, podendo atingir o reto (porção final do intestino).

Cerca de três a dez dias após a contaminação, surgem nos órgãos genitais ou no ânus inúmeras vesículas (bolhinhas) agrupadas em um cacho de uvas que rapidamente se rompem, transformando-se em pequenas feridas dolorosas, que desaparecem espontaneamente em um período de sete a dez dias. Em muitas pessoas, o herpes reaparece periodicamente. Os sintomas tornam-se mais brandos e o seu desaparecimento, mais rápido.

Aparece um corrimento malcheiroso de cor amarelo-esverdeado ou branco-amarelado, inflamação na vulva e na vagina, coceira, dor durante a relação sexual e dificuldade em urinar

COMPLICAÇÕES
A infecção pelo HIV progride lentamente e vai destruindo o sistema de defesa do organismo infectado. Assim, essa pessoa ficará exposta a doenças chamadas oportunistas, que podem levar à morte.

Além dos graves problemas da sífilis terciária e da sífilis congênita, a presença de feridas nos genitais, como o cancro duro, multiplica de a possibilidade de contaminação pelo vírus da AIDS durante a relação sexual.

A doença pode se tornar crônica e as bactérias continuam se multiplicando nos órgãos reprodutores. Nas mulheres, as trompas e ovários poderão se inflamar, provocando dores no abdome, febre e mal-estar. A mulher pode ficar estéril. Nos homens, a inflamação pode estreitar o canal da urina, provocando dor ao urinar. A próstata e os testículos também poderão ser atingidos, provocando dor, inflamação e também esterilidade.

As complicações são semelhantes às da gonorréia. Aumenta a possibilidade de se contrair o vírus da Aids. Além disso, se a mulher com uretrite ou cervicite por clamídia estiver grávida, há o risco de ocorrer aborto ou parto prematuro.

Enquanto não são tratadas, as feridas crescem em número e aumentam de tamanho, vazando pus. Com tratamento adequado, as feridas se curam com rapidez, mas sempre deixam cicatriz. A presença de feridas nos genitais facilitam a penetração do HIV, aumentando a chance de contaminação.

Quanto maior a demora para iniciar o tratamento, mais extensas serão as lesões. Gestantes com a doença podem dar luz a crianças com verrugas na garganta. O maior perigo é a possibilidade de, com o tempo, favorecer o aparecimento do câncer

As grávidas com herpes genital podem ter de realizar cesariana, pois se a mãe estiver com lesões no momento do parto, pode causar a morte da criança. Feridas nos órgãos genitais, como as do herpes aumentam a possibilidade de transmissão do vírus da Aids.

Aumenta a possibilidade de contaminação pelo HIV

Fonte: Serviço de Moléstias Infecciosas do Hospital Ipiranga

Texto Anterior: Os jovens estão usando camisinha?
Próximo Texto: Adolescentes não procuram tratamento
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.