São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994
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Roseana já faz campanha para FHC no Maranhão

TALES FARIA; GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A filha do ex-presidente José Sarney e candidata ao governo do Maranhão pelo PFL, deputada Roseana Sarney, já encomendou ao comitê do candidato do PSDB à Presidência, Fernando Henrique Cardoso, material de campanha para distribuição em seu Estado.
Sarney disse na semana passada ao presidente Itamar Franco e a FHC que sua "prioridade", nas próximas eleições, era a vitória de Roseana. Ele só definiria seu apoio ao tucano depois que Roseana tomasse uma decisão.
"Encomendamos o material de campanha porque telefonaram do comitê de FHC perguntando se queríamos, mas a decisão oficial será tomada daqui a duas semanas", disse a candidata à Folha.
Nesse prazo, segundo ela, estará concluída uma pesquisa que a coligação que a apóia no Maranhão está promovendo entre todos os cabos eleitorais de sua campanha.
Roseana adianta o provável resultado: "A tendência mais forte é anunciarmos (ela e o pai) o apoio a FHC."
No Maranhão, Roseana não tem o apoio do PSDB. Sua coligação é integrada por PFL, PMDB, PTB, PP, PRP, PSC e PL.
FHC lhe disse que, caso ela o apóie, dará ao PSDB local o mesmo tratamento que deu ao PSDB baiano, que não aceitou a coligação com o PFL e hoje faz campanha para o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
Com o apoio de Roseana, mesmo que Sarney não anuncie oficialmente o engajamento na candidatura FHC, todo seu grupo político estará integrado à campanha tucana.
A dificuldade para Sarney anunciar publicamente sua definição é o PMDB. Senador pelo partido no Amapá, Sarney preferia não abrir uma nova área de atrito entre ele e o partido.
Defesa no TSE
FHC negou ontem que tenha influenciado o governo para fixar em 1º de julho a data de implantação do real. Ele está sendo acusado de abuso do poder de autoridade, previsto na Lei das Inelegibilidades.
Segundo o deputado Carlos Lupi (PDT-RJ), a adoção do real foi antecipada para estimular a candidatura de FHC.
Na defesa que entregou à Corregedoria Geral Eleitoral, o advogado de FHC, Antônio Vilas Boas, diz não haver prova alguma de que seu cliente tenha proposto ao governo a data de 1º de julho.

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