São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994
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Espanha vence e joga contra a Suíça

MATINAS SUZUKI JR.
ENVIADO ESPECIAL A CHICAGO

Com a vitória de 3 a 1 sobre a Bolívia ontem, no Soldier Field, em Chicago, Illinois, centro-norte dos EUA, a Espanha passa para as oitavas-de-final da 15ª Copa.
A Espanha se classificou em segundo lugar do grupo C, com 5 pontos. O primeiro lugar ficou com a Alemanha, com 7 pontos.
As outras duas seleções do grupo, Coréia do Sul e Bolívia estão fora das etapas finais desta Copa.
A seleção espanhola agora enfrenta a Suíça, no sábado, 2 de julho, em Washington. "A esta Suiça, le vamos a ganar", cantava a torcida espanhola depois do jogo.
O público de 63.089 pessoas foi excelente, como em todos os jogos do Soldier Field, de Chicago.
A Espanha entrou mais ofensiva. Jogar no ataque não é o tipo da coisa que os jogadores espanhóis –exceção aos do Barcelona– estão bem acostumados a fazer.
Paradoxalmente, os espanhóis atacaram mais porque o técnico Javier Clemente se libertou da sombra de Johan Cruyff e diminuiu o peso do Barcelona no time.
Julen Guerrero (nº 8, do Atlético de Bilbao, o mais jovem jogador em Copas da história da Espanha), como meia, deu mais articulação à linha ofensiva.
Clemente ainda escalou Felipe (16, Tenerife) no ataque, ao lado de Julio Salinas (19, Barça), o centro-avante mais indolente desta Copa do Mundo.
Felipe sofreu o pênalti que permitiu à Espanha marcar o primeiro gol do jogo. Guardiola (9, Barcelona) cobrou com bastante calma, aos 18min50 do primeiro tempo.
Esta suposta falta dentro da área será bastante discutida. O juiz R. Badillar interpretou como empurrão intencional a entrada de Borja (6, do Bolivar) em Felipe.
Tirou Felipe, o breve, e liberou Caminero (15, Atlético de Madri), o homem com mais visão de jogo do time, para armar.
Resultado: Caminero abriu uma avenida pela direita com Goicoechea (7, Barça). Goico perdeu três gols e vários cruzamentos. E Caminero chutou uma bola na trave.
Aos 20min Sergy (12, do Barcelona) penetra pela esquerda e toca para Caminero. Com muita classe, ele desvia do goleiro. 2 a 0. Um minuto depois o jogo esquenta.
Erwin Sanches (21, do Boavista, Portugal), o melhor jogador da Bolívia, chuta, a bola desvia em Guardiola e passa pelo goleiro Zubizarreta. 2 a 1.
Aos 26min, Caminero é novamente lançado pelo seu lado direito, fica cara-a-cara com o goleiro Trucco e novamente toca para dentro do gol com muita elegância.
Perdendo de 3 a 1, a Bolívia, que começou com um 5-4-1, só com Ramallo (18, do Destroyers) à frente, muda o time para tentar os gols da difícil classificação.
Coloca uma dupla de atacantes habilidosos: o jovem Moreno (11, do Blooming) e Ramiro Castillo (20, do Platense), o "chocolate".
Moreno, aos 32min, tem a chance de diminuir o diferencial do placar. Mas Zubizarreta, que falhou muito no jogo, sai aos seus pés e faz uma defesa importante para a Espanha.
Aos 44min, Zubi, como é conhecido entre os espanhóis, volta a soltar uma bola na sua pequena área e Ramallo, com o gol livre, chuta para fora.
Os times do lado oeste da América do Sul, Colômbia e Bolívia, que foram muito bem nas eliminatórias para esta Copa, se deram muito mal na América do Norte.

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