São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 1994
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Marcação da Suécia complica o Brasil

MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A PONTIAC

O técnico Carlos Alberto Parreira fez três mudanças para melhorar a seleção brasileira no segundo tempo ontem contra a Suécia.
Trocou o meia defensivo Mauro Silva pelo meia Mazinho; adiantou o meio-campo, aproximando-o do ataque; e colocou o meia Zinho para jogar mais avançado.
Por isso o Brasil foi mais perigoso do que no primeiro tempo. A entrada de Mazinho no lugar de Mauro Silva é a primeira opção de Parreira para o time jogar mais no ataque. Troca força defensiva por um pouco mais de criatividade.
A 1min da segunda etapa, o Brasil conseguiu empatar na sua jogada mais perigosa e decisiva: Romário foge de três suecos e marca.
Foi o jogo mais difícil da primeira fase porque pela primeira vez o Brasil enfrentou uma equipe com ambições maiores que não sofrer gol.
A Suécia foi o primeiro adversário do Brasil na Copa a fazer marcação semelhante à brasileira: por zona.
Ou seja, cada jogador é responsável por marcar o oponente numa área determinada do campo, sem ter de acompanhá-lo todo o tempo.
A Rússia marcou individualmente, com sete jogadores grudados em sete brasileiros. Camarões combinou zona e individual, com zagueiros responsáveis por colar em Romário e Bebeto.
A marcação sueca confundiu os dois atacantes brasileiros. Muitas vezes eles estavam no mesmo lugar, juntos, sem achar espaço para receber a bola.
A dificuldade crônica do Brasil foi fazer a bola chegar aos atacantes. Os dois principais responsáveis pela tarefa são os meias ofensivos Zinho e Raí.
Eles costumam fazer as jogadas com os laterais. Zinho tem de lançar Leonardo pela esquerda. Raí passa para raí pela direita.
Nos primeiros 45 minutos, a única vez que isso aconteceu, Jorginho recebeu e cruzou de novo para Raí cabecear e quase marcar.
No segundo tempo, Raí, mal em campo, foi substituído por Paulo Sérgio. Não adiantou.
A Suécia aproveitou uma inflexão tática na seleção brasileira para abrir o placar. Parreira avançou os zagueiros, aproximando-os do meio-campo, para dificultar as jogadas de bola alta do adversário.
Num contra-ataque, Brolin lançou Kennet Andersson para fazer seu gol.

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