São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 1994
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Esquema bloqueia os meias da seleção

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os meio-campistas da seleção brasileira atuaram ontem como se estivessem seguindo ordens do técnico Carlos Alberto Parreira à risca. O técnico brasileiro, contra a Suécia, centralizou a armação da equipe no segundo volante –Dunga, no primeiro tempo, e Mazinho, no segundo.
Essas conclusões podem ser tiradas do levantamento feito pelo Datafolha da atuação dos quatro meias brasileiros –mais seus dois substitutos– em cada posição do campo.
Para fazer essa medição, o Datafolha traçou quatro linhas imaginárias no campo, dividindo-o em nove partes. Duas linhas ligaram as laterais das grande área. As outras duas cortaram cada metade do campo em dois pedaços iguais.
Dessa maneira, a divisão central do campo é maior do que as outras oito (veja quadro acima).
Foram apontadas todas as vezes em que um determinado jogador fez uma atuação (passe, desarme, finalização, bola perdida etc.) em cada região do campo.
Os números mostram que Zinho só pegou duas vezes na bola no lado direito do campo –foram em duas cobranças de escanteio. Mostra também que, no segundo tempo, o jogador atacou menos pela ponta esquerda (dez atuações contra cinco).
O outro meia ofensivo do Brasil, Raí, mostrou a quase mesma falta de mobilidade. Só esteve quatro vezes no lado esquerdo do campo, em todas as vezes na região entre as duas linhas intermediárias.
Os números mostraram que Raí quase não fez a jogada de ultrapassagem com o lateral-direito Jorginho, que Parreira enfatiza tanto. Além da linha intermediária, o capitão da seleção não fez nenhuma atuação pela direita.
Como Zinho, ele prefere o meio: foram 23 atuações, 15 delas no primeiro tempo.
É na movimentação de Dunga, entretanto, que ficam claras o quanto são rígidas as funções de cada meio-campista durante o jogo.
No primeiro tempo, como segundo volante, Dunga só não participou de lances nas regiões laterais da defesa. Atuou mais pela esquerda.
No segundo, quase não avançou além da intermediária adversária e atuou mais pela direita.
Depois do intervalo, foi o meia-volante Mazinho que atuou como ele fizera na etapa anterior. O camisa 17 da seleção jogou pela esquerda e pelo meio e pouco apareceu pela direita. e na área da seleção brasileira.

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