São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

México fica em 1º no "Grupo da Morte"

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

México fica em 1º no 'Grupo da Morte'
Número de gols e confronto direto definem os três classificados às oitavas na chave mais equilibrada da Copa
Desde o sorteio das chaves, o Grupo E da Copa do Mundo foi chamado de "Grupo da Morte" pelo equilíbrio entre os times que o compuseram. No final, México, Irlanda, Itália e Noruega fizeram jus ao apelido. Os três primeiros se classificaram.
Os quatro terminaram a fase classificatória iguais: todos com quatro pontos ganhos e zero no saldo de gols.
O México acabou em primeiro porque fez um gol a mais do que os adversários (embora também tenha sofrido um a mais).
A Irlanda ficou em segundo por ter vencido no confronto direto com a Itália e a Itália em terceiro por ter vencido no confronto direto com a Noruega, que terminou, por esses critérios, em último lugar.
O "Grupo da Morte" decidiu a continuação dos EUA na Copa. Como a seleção norte-americana teve quatro pontos ganhos e fez três gols (e a da Itália só dois), o time da casa ficou entre os quatro melhores terceiros colocados e segue no torneio.
Esta é a primeira vez desde 1930 que os EUA conseguem avançar além da fase inicial de um campeonato mundial de futebol.
Os empates no "Grupo da Morte" foram recebidos com festa na concentração dos EUA, na Califórnia.
"Conseguimos o nosso objetivo, que era passar para a fase seguinte. Se Deus quiser, vamos continuar", disse Cobi Jones, um dos ídolos da seleção dos EUA.
Não importa que seu próximo adversário seja o Brasil e que suas chances de vitória sejam mínimas.
Os norte-americanos vão jogar no seu dia nacional, o 4 de julho, numa grande festa, que vai ter boa audiência na televisão e muita repercussão nos jornais e revistas. Daqui para a frente, tudo é lucro para os EUA.
O descompromisso e o entusiasmo com que o time da casa vai jogar na segunda-feira podem até lhe proporcionar alguma vantagem contra os brasileiros, que terão a "obrigação" de vencer.
O "Grupo da Morte" também era o das grandes torcidas na Costa Leste dos EUA, onde eles fizeram seus jogos na fase classificatória.
As comunidades mexicana, irlandesa e italiana são as maiores em cidades como Nova York, Boston e Washington e ajudaram a dar à Copa dos EUA os seus públicos-recordes em períodos eliminatórios.
As torcidas mexicana e irlandesa surpreenderam pela sua energia, muito superior à demonstrada pela italiana.
Alguns mexicanos se envolveram nos dois únicos incidentes de violência registrados até agora na Copa.
Os dois episódios ocorreram na cidade de Huntington Park, na Califórnia, nas vizinhanças de Los Angeles, Costa Oeste.
O mais grave ocorreu ontem, durante as comemorações pela classificação para a segunda fase. Torcedores ocuparam o tráfego em cinco quarteirões do centro da cidade. A polícia tentou dispersá-los. Houve reação.
Embora não tenham sido registrados ferimentos graves, várias cabines telefônicas foram depredadas e policiais se machucaram com pedras e garrafas atiradas por mexicanos.
Na sexta-feira, depois da vitória do México sobre a Irlanda, um policial foi atropelado durante as festas de torcedores do México.

Texto Anterior: Zubizarreta vai para o Valencia
Próximo Texto: Time empata e garante vaga
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.