São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 1994 |
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Técnico da Suécia obriga o time recuar
UBIRATAN BRASIL
Svensson passou o primeiro tempo do jogo contra o Brasil atento às informações passadas por um de seus auxiliares, no banco de reservas. Enquanto orientava o time a manter a marcação eficiente e tentar aumentar o marcador (vencia por 1 a 0), Svensson acompanhava os gols que a Rússia marcava no time de Camarões, que jogavam em Dallas. "Quando chegamos no vestiário, no intervalo, os russos já venciam por 3 a 0. Com isso, afastava a possibilidade de Camarões tentar o segundo lugar mesmo se perdessemos para o Brasil", disse o treinador. Satisfeito com a combinação de resultados que, até aquele momento lhe garantia o primeiro lugar do grupo, Svensson foi seco e deu apenas uma orientação aos jogadores, no vestiário. "Pedi que recuassem e reforçassem a marcação. Infelizmente o Romário fez um belo gol logo no início do segundo tempo e o Brasil aumentou a pressão", disse. Svensson armou o time pensando primeiro em empatar. Com Erik Larsson substituindo o atacante Dahlin (que cumpriu suspensão), o treinador sueco manteve apenas Kennet Andersson como opção de ataque, principalmente para os lançamentos de Brolin. A decisão foi acertada. Com o Brasil mantendo o meio-campo avançado, Brolin conseguia armar contra-ataques com longos lançamentos para Andersson. De um deles, a Suécia marcou seu gol. "Foi um primeiro tempo brilhante. O Brasil ficou preso na nossa marcação e as melhores chances eram do time sueco", comentou Svensson. O treinador garantiu não ter errado ao se decidir pela precaução no segundo tempo, quando recuou Andersson e desobrigou o time a tentar o segundo gol. "Como Brasil empatou logo no início, os jogadores passaram a ter obrigação de segurar a marcação. Não tínhamos nada a perder, mas os brasileiros mostraram porque são favoritos para conquistar o título." Svensson acreditava que, depois de empatar, o Brasil tentaria a vitória em jogadas rápidas com Romário e aéreas, para Raí. Do banco de reservas, gritou para os jogadores se concentrarem na marcação por zona. O resultado, segundo a avaliação do treinador, foi favorável. "Acho que o Brasil não teve muitas chances." Svensson creditou o empate com o Brasil como uma excelente avaliação das potencialidades do time na Copa do Mundo. "É um momento de se afirmar." Contra o próximo adversário, provavelmente a Holanda, que deve terminar em segundo lugar no Grupo F, Svensson acredita enfrentar um jogo semelhante ao do Brasil. "Como nas oitavas-de-final não se pode perder, os times devem jogar abertos, o que facilita nosso estilo de jogar." Orgulhoso da tática determinada, Tommy Svensson acredita ter revelado uma importante fórmula para se enfrentar o Brasil. O principal beneficiado, acredita, é a seleção dos Estados Unidos, próximos adversários da equipe brasileira. "Está comprovado que, para se enfrentar o Brasil, não se deve fazer como a Rússia e Camarões, que tentaram a marcação individual. Os brasileiros são muito habilidosos e conseguem fugir facilmente. O melhor é marcar por zona e confundi-los." (Ubiratan Brasil) Texto Anterior: Andersson elogia seu gol Próximo Texto: Romário elogia Mazinho Índice |
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