São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994
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Fleury usa cargo para pressionar prefeitos a apoiar Quércia e Munhoz

MÁRIO SIMAS FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Luiz Antonio Fleury Filho (PMDB) está usando seu cargo para pressionar prefeitos a aderirem às candidaturas de Orestes Quércia (Presidência) e Barros Munhoz (governo estadual).
Ontem, Fleury reuniu 77 prefeitos do interior e disse: "Chegou a hora de vocês apoiarem o Quércia e o Munhoz. Precisamos abrir um comitê em cada cidade e colocar a campanha na rua. Nos próximos dias quero ver as fotos desses comitês e receber notícias de que a campanha está na rua".
O governador iniciou seu discurso dizendo que "sempre há uma obra a ser feita". "Os convênios estão em andamento e muitas obras, vocês sabem, serão inauguradas. O que peço é que vocês coloquem a campanha na rua. Tem que ser agora ou não adianta mais", afirmou.
O governador também disse aos prefeitos que espera percorrer com Quércia e Munhoz todas as cidades paulistas, inaugurando obras e fazendo campanha. Em seguida, ele fez uma promessa: "Até o final de julho todas as estradas vicinais serão iniciadas".
"Vou fazer a minha parte. Vocês têm que fazer a de vocês, têm que abrir os comitês e colocar o pessoal para trabalhar. Não há mais tempo para se esperar os convênios", disse.
O discurso de Fleury foi feito em almoço oferecido aos prefeitos da região de Ourinhos, Araçatuba, Bauru e Presidente Prudente. Após o almoço, o governador admitiu ter dado "um puxão de orelhas nos prefeitos".
Quércia e Fleury chegaram ao almoço com duas horas de atraso. Ambos ficaram conversando no Palácio Bandeirantes, mas negam que o discurso de Fleury tenha sido tramado nessa conversa.
"Não conversamos muito, apenas o suficiente", disse ironicamente o candidato à Presidência.
"Essa é a sétima ou oitava reunião desse tipo. Não há nada de novo. É preciso que haja um comando para incentivar a campanha", afirmou Fleury.
Dissidências
Ontem, o ex-governador Orestes Quércia afirmou que suas tentativas de fechar o partido em torno de sua candidatura fracassaram.
"Vamos para a campanha como está. Não há mais o que articular. Muita gente somará conosco no decorrer da campanha", disse Quércia.
Ele disse que as dissidências do PMDB não irão atrapalhar sua campanha. "Os dissidentes ficarão na beira da estrada", afirmou.
Os quercistas têm avaliado que apesar dessa ser uma eleição casada, os eleitores vão optar pelo candidato a presidente independente da escolha dos candidatos a governador.

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