São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994
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Ato pode ser crime, diz governo

Da Reportagem Local e da Agência Folha, em Presidente Prudente
O secretário estadual de Justiça de São Paulo, Antonio Corrêa Meyer, disse ontem que o governo condena a atitude de formação de milícias por parte da UDR, o que, segundo ele, pode caracterizar crime.
Segundo Meyer, isso poderá ampliar o conflito e a violência na região do Pontal de Paranapanema, área onde o problema da terra é mais grave em São Paulo.
"A UDR deve procurar os meios legais para se defender", disse o secretário. "Deve recorrer à Polícia Militar e evitar o confronto".
Meyer afirmou que o governo tem dedicado muito tempo às tentativas de solução dos problemas fundiários.
De acordo com o secretário, em São Paulo o problema é mais grave devido à existência de poucas propriedades improdutivas para um número muito grande de famílias sem terra.
Meire Orlandini, advogada do Movimento dos Sem-Terra, disse que "é uma insensatez os fazendeiros se utilizarem de dinheiro próprio para proteger terras do governo do Estado".
Segundo a advogada, a lei permite que as pessoas protejam suas propriedades. No caso das terras do Pontal de Paranapanema, segundo ela, quem deve protegê-las é o governo, pois são devolutas –pertencem ao Estado.
Segundo Meire, os sem-terra sempre ocuparam as fazendas devolutas pacificamente e obedecem à Justiça.
A advogada admitiu o incidente na fazenda Estrela Dalva, mas afirmou que foi o único registrado nos últimos quatro anos.
Meire afirmou ainda que o governo estadual tem procurado os fazendeiros para resolver o conflito fundiário.

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