São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994
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É o jeito

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Lula e os seus guiados estão esperneando. Ontem, a rádio CBN registrou duas novas ações petistas contra o real. Uma, de Sandra Starling, visa tirar de circulação os reais com assinatura de FHC. Outra, de José Dirceu, visa evitar que o candidato tucano participe da cerimônia de lançamento.
Isso para não falar da CUT de Vicentinho, que inventou ontem uma campanha contra o Plano Real. Segundo ele, não tem nada a ver com FHC.
Mas tem sim e não adianta espernear. O plano que chega amanhã, para zerar ou quase a inflação, faltando três meses, vem favorecer FHC. É eleitoral como foi o Plano Cruzado, que elegeu o mesmo FHC. Como o Cruzado, ninguém vai saber se deu certo até depois.
Não adianta espernear, que o apoio ao Plano Real é inevitável. É sempre assim, nos planos contra a inflação alta como nos jogos da seleção. Podem atacar, reclamar, que na hora a torcida é para que dê certo. É sempre para o Brasil vencer.
Ou, na expressão do âncora do TJ Brasil, Boris Casoy, que até a semana passada era todo crítica e ironia e ontem à noite adotou um tom de resignação e boa vontade: "O jeito é torcer para que o real dê certo."
Quercismo
A ofensiva do governo paulista e do quercismo não se restringe aos comerciais com Sérgio Chapelin, que tomaram a televisão nestas últimas semanas. Também o governador e os próprios candidatos estão ganhando lugar, nas redes.
Em especial na Record e na Gazeta (CNT). Na primeira, dias atrás, no 25ª Hora, estava lá a vice de Orestes Quércia, Iris de Araújo Rezende. Ontem, no jornal da tosse, ou Record em Notícias, estava lá José Machado, candidato a senador.
Na Record, a presença maior é da ala quercista. Na Gazeta, é dos liderados de Luiz Fleury –ainda que ele próprio seja um liderado, algo rebelde, de Quércia. O próprio governador paulista tratou de aparecer em duas longas entrevistas.
A primeira, na semana passada, quebrou a série dos presidenciáveis no programa Questão de Ordem, de Paulo Markun. A outra, anteontem, foi no Gazeta Meio-Dia, que é uma espécie de jornal da tosse "de esquerda", algo assim.
A participação do governador foi, então, explicada como "especial". No mesmo Gazeta Meio-Dia, ontem, estava lá o candidato a vice do quercismo e do governo paulista, Arnaldo Jardim. Desta vez, ninguém se preocupou em justificar nada.

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