São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994
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Termina amanhã prazo para contestar acordo

DA SUCURSAL DO RIO

As mulheres que fizeram no Brasil implante de prótese de silicone nos seios têm até amanhã para discordar ou objetar do acordo de indenização firmado entre fabricantes e a Corte de Birmingham (EUA).
As que não se manifestarem, não poderão entrar com outro tipo de ação na Justiça contra os fabricantes. Elas terão até 1º de dezembro para se inscrever no programa, mas deverão seguir as regras do acordo.
O alerta foi dado ontem pela advogada americana Valeria Lee, que veio ao Rio a convite do escritório de advocacia Mauro Roberto Gomes Mattos (tel. 021/262-8244).
O escritório está organizando uma ação coletiva de mulheres brasileiras para ingressar na Justiça americana contra a empresa Dow Corning e outras, responsáveis pelas próteses de silicone.
Valéria respondeu a dúvidas de quase uma centena de pessoas que lotaram um auditório no centro da cidade. Entre elas, estavam a atriz Monique Lafond e a modelo Márcia Dornelles.
Monique, por exemplo, teve que se submeter a três cirurgias em 86 após o rompimento de sua prótese do seio esquerdo, o que lhe causou o surgimento de alguns tumores.
Podem se inscrever no acordo mulheres que não tiveram problemas, como forma de garantir futuras sequelas do implante. Valéria garantiu que se perderem a ação indenizatória o custo será zero.
As interessadas em objetar o acordo devem postar, no máximo até amanhã, um formulário à Corte de Justiça do Estado do Alabama (EUA) informando que não desejam qualquer acordo.
As empresas americanas destinaram um fundo global de US$ 4,3 bilhões para pagar eventuais acordos. Só que apenas 3% deste valor serão destinados a acordos fora dos EUA.
Valéria explicou que uma mulher brasileira, se optar pelo acordo, deverá receber uma quantia irrisória. Nos EUA, acordos do gênero podem variam de US$ 100 mil a US$ 1,4 milhão.

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