São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Supermercados começam a receber o real

MARISTELA MAFEI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ontem, as grandes redes de supermercados de São Paulo começaram a receber a nova moeda, o real. Hoje, a distribuição deve ser completada.
Com 29 lojas na Grande São Paulo, a rede Barateiro foi uma das primeiras a receber a nova moeda.
João Almeida Filho, diretor de marketing da rede, disse que os gerentes das lojas ficaram espantados com a quantidade de moedas recebidas.
"Com inflação elevada, havíamos nos desacostumado a manusear grande número de moedas por dia", afirmou. "Agora já treinamos nosso pessoal inclusive para repor troco rapidamente nos caixas".
Os supermercados não adotaram comportamento conjunto sobre a abertura das lojas hoje e amanhã.
As lojas totalmente informatizadas, como o Sé, Extra, D'Avó, Cândia e parte da rede Barateiro deverão permanecer abertas hoje e amanhã.
Já os líderes do setor, o Carrefour e o Pão de Açucar, terão que fechar no mínimo por um dia, hoje ou amanhã, alternando as lojas no rodízio, por não contar com tecnologia de ponta na passagem das mercadorias pelos caixas.
O Eldorado abre hoje normalmente. Amanhã abre a partir das 11h, já com os preços convertidos.
Ontem, as grandes redes se dedicaram a confeccionar cartazes, folhetos e cartilhas para orientar a compra dos consumidores nos primeiros dias da nova moeda.
Quem quiser ir às compras amanhã e tiver apenas cruzeiros reais nos bolsos, não deve ser preocupar.
As grandes redes podem ter posto de conversão do cruzeiro real para real, de modo a viabilizar as compras. É bom lembrar que cheques em reais serão aceitos normalmente amanhã.
Os serviços de atendimento ao consumidor, liberação de cheque e reposição de troco aos caixas também foram reforçados.
O esquema de reforço inclui a convocação dos funcionários dos escritórios centrais para trabalhar nas lojas.
Cartório
Hoje, o Pão de Açúcar irá registrar em cartório os preços de seus produtos em cruzeiros reais. Amanhã, será realizada a mesma operação para os preços em reais.
Segundo nota distribuída pelo grupo, "o objetivo é assegurar a clareza na conversão para a nova moeda".
A empresa abriu ainda aos consumidores a possibilidade de acompanhar o processo de mudança de etiquetas nas lojas. Com isso, o Pão de Açúcar tenta encerrar a polêmica motivada por recentes declarações de seu vice-presidente, Abílio Diniz, de que os preços precisavam ser realinhados.

Texto Anterior: COMO O COMÉRCIO E OS SERVIÇOS VÃO FUNCIONAR
Próximo Texto: Na morte do CR$, vendas desabam em São Paulo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.