São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994
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Bancos dizem que não haverá falta de moeda

DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central e a rede bancária afirmam que não haverá falta de cédulas e moedas de real para a inédita operação de substituição do dinheiro velho pelo novo, que começa amanhã.
Em primeiro lugar, porque o Departamento do Meio Circulante do Banco Central entregou à rede bancária cerca de R$ 4,4 bilhões.
O valor equivale ao dobro do volume de cruzeiros reais que hoje está nas mãos da população, estimado em US$ 2,2 bilhões.
Em segundo lugar, as delegacias regionais do Banco Central e as tesourarias do Banco do Brasil localizadas em dez capitais brasileiras foram abastecidas com 935,6 milhões de cédulas e 593,7 milhões de moedas, no valor total de R$ 23,6 bilhões.
"Não vai faltar dinheiro em hipótese nenhuma", assegura Luiz Fernando de Assumpção Faria, diretor de Material e Serviços Gerais do Banco Itaú.
Faria diz acreditar que o volume já disponível nos bancos é mais do que suficiente para os três primeiros dias de troca.
Ônibus
Na madrugada de amanhã, os cerca de três milhões de paulistanos que tomam ônibus para ir ao trabalho vão ser os primeiros a receber o troco em real.
A informação foi dada por Airton Grill, diretor da Associação Municipal de Transportes Urbanos de São Paulo.
O diretor informou que as empresas de ônibus negociaram individualmente com os bancos a quantidade de troco que julgam necessário. O dinheiro deve ser entregue hoje às empresas.
Grill acrescentou que a associação também deverá receber do Banco Central, após as 17h de hoje, um lote de moedas que serão repartidas entre as 43 empresas de ônibus da capital paulista.
Ele diz achar possível que algumas empresas tenham condições de colocar o troco em real nos ônibus que começarão a circular logo depois da meia-noite de hoje.
Padarias
Já o presidente da Associação da Indústria de Panificação do Estado de São Paulo, Frederico Maia, disse que muitas das 10 mil padarias paulistas –incluindo a sua, que pediu R$ 2 mil em cédulas e moedas– não tinham recebido as moedas do real até ontem.
Ele disse ter o receio de que os consumidores que forem comprar pão e leite nas padarias a partir das 5h ou 6h de amanhã possam não receber o troco em real.
Luiz Fernando Faria, do Banco Itaú, explica que as negociações entre os bancos e os comerciantes varejistas estão sendo feitas por intermédio dos gerentes das próprias agências.
Em muitos casos, segundo Faria, existem pedidos de comerciantes considerados incompatíveis com o seu movimento normal de dinheiro nas lojas.
Nesses casos, o gerente é obrigado a negociar as quantidades, para que o volume disponível na agência seja suficiente para atender a todos os pedidos.

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