São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994
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Loja que aderiu à URV entra fácil no real

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma parte do comércio do centro de São Paulo está pronta para a estréia do real amanhã. Outra, vai se adaptar à nova moeda aos poucos.
Para não perder venda, porém, os lojistas abrem normalmente amanhã e vão trabalhar com as duas moedas (o real e o cruzeiro real).
Os lojistas que já converteram preços para URV não esperam problemas para funcionar no primeiro dia do real.
"Nossos funcionários estarão prontos para fazer conversões e explicá-las aos clientes", diz Romeu Curi Cassia, proprietário da Tecidos Cassia Nahas, loja de tecidos, e artigos de cama, mesa e banho da rua 25 de março.
É que vai ser comum, especialmente nos primeiros dias da nova moeda, o consumidor pagar pelas mercadorias com cruzeiros reais e receber reais de troco.
A Ragueb Chohfi, outra revenda dos mesmos artigos, que fica a poucos metros da Cassia, na rua Comendador Abdo Schahin, também se considera pronta para operar com a nova moeda.
A idéia de Raul Chohfi, diretor-superintendente, é ter reais no caixa até o final da tarde de hoje para tornar as notas e as moedas familiares aos funcionários e facilitar a negociação com os clientes.
"Nossas etiquetas de preços estão em URV desde abril. Agora é só manter os preços e trocar URV por real", afirma Roberto Tadeu Gorios, proprietário da Barão das Meias, loja da rua Nova Barão.
As lojas que se prepararam para a nova moeda com a urvização das tabelas de preços já programam até promoção em reais.
A Mongoose, por exemplo, loja da rua Barão de Itapetininga, decidiu dar desconto de 20% em URV para uma boa parte dos artigos e esticar a promoção até o final da Copa.
Na prática, o desconto médio por peça da loja é de 4 URVs ou R$ 4,00, a partir de amanhã. "A idéia é ajudar os clientes a entender a linguagem da URV e do real", diz Vanessa Vagnotti, supervisora de vendas.
Os lojistas que deixaram para a última hora a adaptação à nova moeda vão ter mais dor de cabeça.
Fernando Esquerdo, proprietário do Armarinhos Fernando, que tem seis lojas na rua 25 de Março, é provavelmente um deles.
Segundo ele, a sua rede de lojas vai entrar na era do real aos poucos. "Não é preciso ter tanta pressa."
Cada uma das suas lojas tem cerca de 20 mil itens. Os preços serão convertidos de cruzeiros reais para reais hoje.
"Na conversão, vamos usar a URV de hoje", afirma Esquerdo.
Os cerca de 500 empregados do Armarinhos Fernando ainda não foram treinados para trabalhar com a nova moeda.
"Não dá para treiná-los porque não tivemos acesso ao novo dinheiro. Mas eles são inteligentes. Vão aprender rapidamente."
A Rendamar, outra loja de armarinhos da rua 25 de Março, também vai esperar a URV de hoje para converter seus preços. Na sua loja matriz há 6.000 itens.

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