São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994
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Brasil vai jogar com Holanda ou Irlanda

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção brasileira deve ter dificuldades para chegar às semifinais da Copa, se é que vai conseguir. Dois dos adversários possíveis nas duas próximas fases (Holanda ou Irlanda) têm estilos de jogo que podem atrapalhar o Brasil.
Na segunda-feira, o Brasil enfrenta os Estados Unidos. A equipe da casa tem a seu favor a torcida e o fato de o jogo se realizar no Dia da Independência dos EUA, o que será um incentivo extra.
O ponto forte da equipe é a defesa. Os zagueiros Marcelo Balboa e Alexi Lalas tiveram boas atuações (média de 6,2 e 6,5, respectivamente, no Júri Folha). O goleiro Meola, apesar da falha no gol da Romênia, não compromete. No restante do time, os melhores são os meias Harkes, Tab Ramos e Stewart. Não há nenhum destaque.
O que pode complicar para o Brasil é o esquema tático dos EUA. Os norte-americanos devem jogar apenas com um atacantes (como fez com sucesso a Suécia diante do Brasil no empate de 1 a 1), o camisa 11 Wynalda.
Os laterais pouco passam do meio-de-campo. Clavijo (21), pela direita, e Caligiuri (20) devem receber a função de marcar Leonardo e Jorginho, respectivamente.
Se isso funcionar, o jogo se complica para o Brasil. Parreira tem nas jogadas dos laterais um dos pilares do seu esquema tático.
Os possíveis adversários do Brasil nas quartas-de-final, Irlanda e Holanda (que jogam no mesmo dia de Brasil x EUA), têm características quase opostas.
A Holanda tem um dos esquemas mais ofensivos da Copa (3-4-3) e suas atuações são irregulares. A Irlanda joga na defesa e seu jogo é homogêneo e previsível.
Campeã do Grupo F, a Holanda usou escalações diferentes nos três jogos da primeira fase. Uma posição do ataque ilustra bem as dúvidas do técnico Dick Advocaat.
No primeiro jogo (contra a Arábia Saudita), Overmars era o titular. No segundo tempo, entrou Taument, que fez o gol da vitória.
Na derrota para os belgas, Taument foi escalado e, no final, trocado por Overmars. Ontem, Overmars começou o jogo, mas de novo foi substituído por Taument.
Já houve também alterações na defesa (Van Gobbel por Valckx), meio-campo (Rijkaard por Witschge) e ataque (Roy por Winter e Ronald de Boer por Van Vossen).
A Irlanda é uma equipe mais constante, embora o técnico Jack Charlton tenha promovido alterações no time que empatou com a Noruega. O esquema é um híbrido de 4-4-2 com 4-5-1. Um dos dois atacantes volta para marcar.
No melhor estilo britânico, os irlandeses marcam forte, disputam todas as bolas e são especialistas no jogo aéreo.
A Irlanda tem uma das melhores defesas da Copa. Seus laterais, Irving e Babb, apóiam pouco. Os meias Houghtin e Townsend fazem uma parede na frente dos zagueiros.
Nesta Copa, a Irlanda só levou gols (dois) de um jogador, o meia mexicano Luís Garcia.
Seu goleiro, Pat Bonner, costuma rebater as bolas, mas é um dos melhores pegadores de pênalti da Copa. Em 90, Bonner levou a Irlanda às quartas-de-final na disputa de pênaltis com a Romênia.

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