São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Gente que viaja muito sabe como se preservar Conheça os truques para não perder o pique e a pose MARISA RODRIGUES
O sócio e diretor de criação da W/Brasil não consegue nem calcular o número de vezes que já se viu obrigado a entrar e sair de um avião. Apesar disso, é um dos poucos privilegiados que afirmam desconhecer os efeitos do "jet lag". Mas, para conseguir uma disposição invejável no desembarque, Olivetto tem seus segredinhos. Segundo ele, não tocar na comida servida a bordo é a primeira dica para quem quer chegar inteiro. Ele tem o hábito de comer apenas um pedaço de queijo ou um pouco de caviar, com uma taça de champanhe. E, antes de dormir, toma um cálice de vinho do porto. "É tiro e queda", diz Olivetto, que costuma dormir a viagem toda, depois desse ritual, que só é quebrado quando tem uma biografia para ler. "Adoro ler biografias a bordo", diz Olivetto, que deu cabo de um Truman Capote de 600 páginas, entre ida e vinda de Maracaíbo, na Venezuela. Não beber álcool e fazer refeições leves. Dessa combinação simples resulta a receita do teatrólogo Cacá Rosset para vencer as longas distâncias. "Cardápios de avião são todos iguais. Então, para que arriscar no trio peixe, salada, maionese?" Não trabalhar a bordo é outra de suas preocupações."Procuro relaxar ao máximo", diz, preferindo a companhia de clássicos da música e da literatura. "Chegar relaxado ao aeroporto é a grande sacada para quem quer fazer uma boa viagem", acrescemta Cacá. A galerista Regina Boni é outra que não perde o pique nem a pose, mesmo após 36 horas de vôo. Acostumada a trocar de fusos horários como quem muda de roupa, a empresária nem se aflige quando tem que enfrentar um avião. Na sua cartilha pessoal de dicas constam itens como nunca comer doces, não tomar café, não tirar o sapato, além de viajar com roupas muito confortáveis. "Joggings, saias amplas e blusões podem não ser muito elegantes, mas tornam a viagem bem menos cansativa." Morando em Salvador, mas tendo que se deslocar constantemente pelo país, o compositor e cantor Juca Chaves diz ter mais horas de vôo que de palco. "Aqueles que comem e bebem tudo o que é servido durante o vôo mal podem esperar pelo efeito Orloff", afirma. Ele também troca a bebida alcoólica por revistinhas. "Passo o tempo todo fazendo palavras cruzadas", conta. Ele lembra que outra de suas preocupações é a de não falar alto, para evitar incômodos aos vizinhos e de não folhear o jornal, fazendo "schlept, schlept". Para o compositor, brasileiro de um modo geral é muito mal-educado e não sabe como comportar-se num avião. Principalmente, em vôos de longa duração. "Eles são chatérrimos", reclama. (MR) Texto Anterior: Empresas têm kits antiestresse Próximo Texto: Roma atrai 'bocas-livres' como um ímã Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |