São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994
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Plano derruba inflação, mas não preços

MARCO CHIARETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O chamado Plano Cavallo foi implantado na Argentina no dia 1º de abril de 1991. Derrubou a inflação. Os preços subiram pouco mais de 5% nos últimos 12 meses.
Mas a estabilidade não derrubou os preços. Buenos Aires é uma das mais caras cidades do planeta.
O superministro da Economia, Domingo Cavallo, assumiu seu cargo no final de janeiro de 1991.
Pouco tempo depois, anunciou seu plano e estabeleceu um teto para o câmbio. A economia argentina há anos estava dolarizada. Os empresários calculavam preços em função do câmbio. Quando o dólar subia 10%, os preços de todas as mercadorias também subiam 10%.
O dólar servia também para todas as operações econômicas, mesmo as mais comuns. Tomava-se táxi pagando em dólar. O austral não era mais usado.
Cavallo decidiu legalizar a dolarização de fato. Como a inflação era seu principal adversário, congelou o câmbio em um valor alto (10 mil austrais por dólar).
Fez isso para permitir que os produtos importados continuassem baratos no país. Ao mesmo tempo, o governo abriu o mercado e forçou os produtores a reduzir custos.
O plano funciona em relação ao preço das mercadorias. Serviços e bens não importáveis não têm o controle dos preços internacionais.
Além disso, reduzir a inflação não significa necessariamente reduzir preços. A deflação esperada pelo governo nunca aconteceu. Os preços subiram 60% desde 1991. Parece pouco, mas esse aumento é em dólar. Os turistas sabem disso.

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