São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994
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Preços do comércio assustam brasileiro

SIMONE GALIB
DA ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES

O comerciante da rua Florida, uma das mais movimentadas de Buenos Aires, vê um grupo de brasileiros, logo se empolga, recebe todos com um largo sorriso. Mas os turistas estão reticentes. Olham, perguntam preços, comparam, pesquisam, não compram. O comerciante, já com o sorriso amarelo, quer saber: "Quando muda a moeda no Brasil?"
A pergunta é feita dezenas de vezes aos brasileiros que entram e saem de lojas no centro da cidade. Os argentinos se mostram otimistas com o novo plano de estabilização econômica do Brasil. Querem de volta suas lojas cheias por aqueles que são considerados um dos maiores gastões do mundo.
Bons tempos aqueles em que o brasileiro fazia a festa na Argentina. Hoje, uma nota de US$ 100 (cerca de 100 URVs) em Buenos Aires some do bolso com a mesma facilidade que se gastam CR$ 50 mil por aqui.
As lojas da Florida, que já exibem as coleções de inverno, mostram cartazes com promoções e muitas facilidades de pagamento.
Os artigos são de excelente qualidade. Ninguém discute a elegância e o bom gosto portenhos. Mas um blazer chiquérrimo da mais pura lã está na faixa dos US$ 600. Um sapato de pelica ou couro chega a custar até US$ 200.
Comprar por impulso é coisa para se fazer em Miami ou Nova York. Em Buenos Aires, a exemplo do que ocorre no Brasil, tem que se pesquisar muito, seja nos shoppings, restaurantes ou cafés.
A rua Florida sempre foi a grande passarela dos turistas. É local de boas compras. Não deixe de entrar na Galeria Pacífico, recém-restaurada e reformada. Além de lojas belíssimas, tem murais de Castagnino, Berni e Spilinbergo.
Às vezes, os preços da Florida são turísticos demais. Vá até a rua Santa Fé, que também tem muitas lojas, artigos de boa qualidade e preços um pouco mais em conta.
Os brechós (locais que vendem roupas usadas), lá chamados de "feira americana", são uma boa alternativa na cidade para driblar os altos preços.
Vale a pena dar uma passada na galeria 5ª Avenida, da rua Santa Fé, onde funcionam duas dessas lojas. A Sur Boutique Americana (loja 17, tel. 815-3841) vende blazers de lã e mantôs de diversas cores e em bom estado a partir de US$ 20. Minissaias e shorts de lã xadrez seminovos podem ser comprados a partir de US$ 15. A loja tem ainda calças e jaquetas.
Em frente, funciona a Feria Americana (loja 18), que vende bolsas, malhas, mantôs e jaquetas de couro usados, mas bem-conservados. Os preços começam em US$ 40. Pechinche à vontade.
Quem procura roupas novas em couro encontra artigos de sobra em Buenos Aires. Uma calça está na faixa dos US$ 120 e as jaquetas são encontradas a partir de US$ 150. Na rua Suipacha, centro, existem duas fábricas. Uma delas é a Uru Sweaters, no número 978 (tel. 328-8550).
Os preços dessas fábricas são semelhantes aos praticados pelo comércio em geral, mas têm a vantagem de fazer a roupa sob medida da noite para o dia.
Além da fabricação própria (os artigos são de excelente qualidade), a Uru Sweaters também é a distribuidora oficial das grifes Yves Saint Laurent e Lois Feraud.
Em matéria de shoppings, o Patio Bullrich (Pousadas, 1245) é um endereço que esbanja elegância. Tem grifes e praça de alimentação. Já na Recoleta, a versão portenha dos Jardins paulistano, o visitante encontra algumas das melhores grifes da cidade. Confira.

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