São Paulo, sexta-feira, 1 de julho de 1994 |
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Salários afetam saúde, diz Raia
DA REPORTAGEM LOCAL Erramos: 06/07/94Diferentemente do publicado, foi a Associação Paulista de Medicina (e não o Conselho Regional de Medicina) que assinou parceria com a Secretaria Municipal da Saúde para administrar o Hospital Municipal de Campo Limpo. Salários afetam saúde, diz Raia O serviço de saúde em São Paulo é o segundo principal problema da cidade, de acordo com pesquisa Datafolha. "Até estranho que não seja o principal", diz o secretário da Saúde, Silvano Raia. Para ele, "não há o que comentar sobre a pesquisa". Segundo o secretário o problema da saúde na cidade "já vem de longe e não surpreende". Raia afirma que a perspectiva de solução do problema passa pelo aumento real dos salários e da melhora das condições de trabalho dos médicos. Trabalham nos hospitais e pronto-socorros de São Paulo cerca de 8.000 médicos. Para melhorar os salários da categoria, o secretário enviou para a Câmara Municipal um projeto que permitiria aumentos de até 20%. Se conseguir pagar melhores salários, o secretário ainda terá que convencer os médicos que a melhora é "para valer" e terá que ganhar a confiança dos profissionais. "Hoje fingimos que pagamos salários e eles –os médicos- fingem que trabalham", disse o secretário. "Só vamos poder exigir trabalho depois que começarmos a pagar". O aumento do investimento na área de saúde é outra saída para a crise. Nesse caso, a solução do problema está nas mãos do prefeito, responsável pela elaboração do orçamento da cidade. O investimento em saúde na cidade hoje é equivalente a US$ 85 por habitante ao ano. Segundo o secretário, o suficiente seria em torno de US$ 150,00. Nos Estados Unidos, diz Raia, o valor é pelo menos dez vezes maio. "Essa relação explica porque não há o que comentar sobre a pesquisa", afirmou. Segundo Raia, a prefeitura arca com a maior parte dos investimento em saúde na cidade. O governo estadual e federal, diz, deveriam participar com mais recursos. Do investimento por habitante, apenas US$ 14,00 vem do governo estadual e US$ 20,00 do governo federal. Outra saída adotada pelo prefeitura, além da tentiva de investir em salários, é de passar a administração dos hospitais para o (CRM) Conselho Regional de Medicina. O primeiro hospital a passar pela experiência é o de Campo Limpo (zona sul), transferido para administração pelo CRM. A administração do hospital pela entidade vai permitir que os custos por paciente sejam apurados com mais precisão. Texto Anterior: Vasconcelos atribui maior aprovação a trabalho feito com comunidades Próximo Texto: Para 24%, é maior problema Índice |
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