São Paulo, sexta-feira, 1 de julho de 1994
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Para 24%, é maior problema

DA REPORTAGEM LOCAL

Transporte é o principal problema de São Paulo para 24% dos paulistanos, de acordo com o Datafolha. É a área da administração que recebe críticas da maior parte dos paulistanos.
Um dos principais problemas, admite o governo, é o valor da tarifa: R$ 0,50.
Segundo a Secretaria de Transportes, o governo teve que recuperar a defasagem entre o custo do transporte e o valor da tarifa, criada pela prefeita Luiza Erundina no último semestre de seu governo.
No último semestre de 92, Erundina concedeu reajuste de tarifa sempre abaixo da inflação. "Tivemos que recuperar a diferença", disse o secretário de Transportes, Valter Coronado Antunes.
O governo diz que tem planos para diminuir o valor da tarifa, através da organização do sistema de transporte.
As mudanças passam pela privatização da CMTC, introdução de catracas eletrônicas, redefinição das linhas e construção de corredores exclusivos.
Segundo o secretário, os passageiros só devem começar a sentir as melhoras no serviço de transporte coletivo no fim do governo Maluf, daqui a dois anos e meio. Ele não vê solução em curto prazo.
"Reconheço que o transporte é um problema, mas temos planos para resolver", disse.
Antunes disse que, o primeiro ano de governo foi usado para privatizar a CMTC (Companhia Municipal de Transporte Coletivos).
Ele diz que esse tipo de mudança não é sentida pelos passageiros mas representa um grande passo na organização do sistema de transporte.
Neste ano, o trabalho da equipe de transportes vai estar concentrado na racionalização da linhas, diz Antunes.
Hoje, 70% das linhas de ônibus passam pelo centro, quando só 15% delas precisaria fazer esse roteiro.
A situação cria linhas de ônibus ociosas, que acabam aumentando o custo total do sistema. Além disse, sobram ônibus no centro e faltam na periferia.
Para 95, o projeto da secretaria é pôr em prática a cobrança automática nos ônibus com o uso de catracas eletrônicas. "Nessa fase podemos começar a estudar reduções reais no preço", diz Antunes.
A última fase dos planos para o setor é a introdução dos corredores exclusivos de ônibus, que devem começar a funcionar em 96.
"O transporte hoje não é bom, mas também não é tão ruim como era no passado", disse.

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