São Paulo, sexta-feira, 1 de julho de 1994 |
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Pão de Açúcar registra preços em cartório de SP Hoje grupo repete operação para os valores em reais DA REPORTAGEM LOCAL O grupo Pão de Açúcar registrou ontem sua lista de preços em cruzeiros reais no 7º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo. Hoje a operação será repetida para preços em reais.A informação foi dada pela assessoria do grupo no início da noite. A Folha havia solicitado, às 12h30, e em seis telefonemas, informação sobre o local e a hora do registro. Só obteve retorno quando o cartório estava fechado. Em nota distribuída anteontem a empresa afirmou que, com o registro em cartório, ela reforça o compromisso de manter os preços estáveis. A nota informou ainda que a direção do grupo proibiu aumento de preços de qualquer mercadoria a partir de hoje em todas suas lojas. Ontem o Carrefour informou que o compromisso sobre preços baixos assinado em cartório de Brasília há 13 anos vale também para a nova moeda. O Carrefour se compromete a devolver, no período de oito dias depois da compra, a diferença do valor de determinado produto que tenha sido encontrado com preços mais baixos na concorrência. Nas redes Carrefour e Pão de Açúcar, parte das lojas fecharam ontem para balanço e troca de etiquetas e as que estiveram abertas fecharão hoje. Nas lojas do Eldorado e Paes Mendonça, o movimento só será interrompido hoje pela manhã, até as 11h. Os supermercados Sé e Cândia informaram que o funcionamento hoje será normal. Ambulantes Os ambulantes do centro de São Paulo estão confusos sobre a nova moeda. Eles preferem receber cruzeiros reais até o próximo dia 15 para dar tempo de aprender a conversão. Ambulantes, principalmente os vendedores de milho verde, água de côco, fichas de telefone, escovas de dentes, meias, roupas etc acham que tanto faz trabalhar em uma ou outra moeda e dizem que, até o próximo dia 15, vão pedir para o cliente pagar em cruzeiros reais. Esmeralda da Silva diz que vai continuar a vender mexerica em sua banca no largo do Arouche por CR$ 200. "Se alguém for pagar com real eu vejo o que faço na hora." Aparecida de Jesus, vendedora de cadeiras de plástico para crianças na rua 24 de Maio, converteu na base do um por um. Ela diz vai cobrar R$ 10 mil pelas cadeirinhas –o que dá para comprar um Gol 91. Até ontem o preço do produto vendido por Aparecida era CR$ 10 mil –que, convertidos, dão R$ 3,36. O vendedor de bandeiras José Aparecido dos Santos também se atrapalhou. Ontem a bandeira de plástico do Brasil era vendida por CR$ 1.000. Hoje, Aparecido disse que ia ofertá-la por R$ 0,50. O correto seria R$ 0,36. Graciliano Silva, que vende guarda-chuvas de Taiwan nas proximidades da praça Ramos, deverá ser mais generoso. Ontem ele vendia cada sombrinha por CR$ 20 mil. Hoje, o preço estará convertido para R$ 7. A conversão correta seria R$ 7,27. A diferença não é desprezível. Com R$ 0,27 dá para comprar uma caneta esferográfica Bic ou um Prestígio. Texto Anterior: DMB&B, dos EUA, é nova sócia da Salles Próximo Texto: Leia a íntegra da MP que criou o real Índice |
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