São Paulo, sexta-feira, 1 de julho de 1994
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Comércio deve manter estoques baixos

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 09/07/94

Estavam errados os dados da inflação acumulada desde a criação do cruzeiro, em novembro de 1942, até maio de 1994 no quadro que acompanha esta reportagem. Os valores corretos estão publicados hoje nesta seção. Comércio deve manter estoques baixos
A Federação do Comércio do Estado de São Paulo faz uma recomendação aos lojistas no primeiro dia do real: o dinheiro que sobra no caixa deve ser aplicado no mercado financeiro.
A federação está encaminhando aos seus 142 associados dicas para facilitar o dia-a-dia dos lojistas na nova moeda.
Para os economistas da entidade, o comércio deve manter o estoque baixo. "Não haverá explosão de demanda", diz Antonio Carlos Borges, superintendente técnico.
Para ele, o fato de o governo estabelecer um programa rígido para a emissão de dinheiro vai resultar em altas taxas de juros –o que pode desestimular o consumo.
A federação alerta: quem tem dólares deve vendê-los e aplicar o dinheiro na poupança, em fundos de commodities etc.
Se a venda continuar no ritmo em que está, o lojista não vai mesmo nem querer saber de estoques. O consumo despencou nesta semana.
A Casas Bahia (cem lojas) vendeu ontem, até as 16h30, 50 lavadoras de roupas. Na primeira quinzena de junho, a média diária era de 150.
Comercializou ainda 75 videocassetes e 42 refrigeradores. A média diária de venda na primeira quinzena de junho era de 300 vídeos e de 160 geladeiras.
"Não comercializamos freezer ou microondas ontem", diz Michael Klein, diretor. A média diária de venda destes produtos na primeira quinzena de junho era de 15 unidades cada.
Por causa da queda, a Casas Bahia tem em estoque US$ 60 milhões em produtos –o equivalente a dois meses de vendas.
Para a equipe de economistas da Federação do Comércio, o real nasce num mês de baixo consumo. "As vendas vão retomar no último trimestre do ano", diz Borges.
Para atrair clientes, o Mappin começa a aceitar cartão de crédito. Mantém as vendas a prazo em até cinco vezes.
Sérgio Orciuolo, diretor de comunicação e promoções, informa que o Mappin recebeu 800 mil moedas novas (quatro toneladas) nestes últimos dias.
"Estamos prontos para atender clientes que se adaptaram ao real e aqueles que querem usar o cruzeiro real", diz.
A diretoria do Ponto Frio se reuniu ontem em São Paulo para analisar a ampliação das vendas a prazo.
Até ontem, o crediário se estendia até seis prestações. A taxa de juros praticada era de 9% ao mês.
O Ponto Frio também criou a figura do trocador –funcionário que vai trocar cruzeiros reais por reais. A troca só vale para clientes.

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