São Paulo, sexta-feira, 1 de julho de 1994 |
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Sob tensão, Parreira decide mudar time
MÁRIO MAGALHÃES
Parreira estuda duas possibilidades: substituir o meia defensivo Mauro Silva pelo meia Mazinho ou tirar o meia Zinho para a entrada do lateral-esquerdo Branco. Se optar pela segunda hipótese, o lateral-esquerdo Leonardo passaria a jogar no meio-campo e Branco na lateral. Parreira elogiou Mazinho, substituto de Mauro Silva no segundo tempo do empate contra a Suécia, na terça-feira. "Com ele o time foi para cima, foi mais ofensivo". Não quis dizer se descartava começar o jogo contra os EUA com uma equipe que nunca testou. Leonardo nunca jogou no meio-campo da seleção, embora atuasse nesse setor no São Paulo. O zagueiro Aldair jogará contra os EUA. O antigo titular, Ricardo Rocha, voltou a sentir contusão na coxa esquerda no fim do jogo-treino de ontem à tarde. Os reservas venceram a equipe norte-americana Black Hawks por 11 a 0. O atacante Romário pediu a Parreira e reforçou os reservas. Os titulares só fizeram exercícios. O treino de hoje de manhã será fechado ao público e aos jornalistas estrangeiros. Parreira quer dificultar o trabalho de "espiões" da seleção norte-americana. Ontem foi o dia mais tenso da seleção brasileira desde que chegou aos EUA dia 26 de maio. Irritados, Parreira e o coordenador Mário Lobo Zagalo gritaram várias vezes durante entrevista coletiva em Los Gatos (cidade no Estado da Califórnia). À tarde, jogadores como Romário e o goleiro Taffarel se recusaram a falar. "O brasileiro nos critica porque está mal acostumado", disse o lateral Jorginho. Depois, admitiu mudanças "se elas forem necessárias". Quando já estava atrás da tenda onde acontecem as entrevistas, confirmou que vai fazer "uma mudança". Voltou a dizer que é racional, em contradição com a torcida brasileira, que segundo ele seria irracional. "O que as pessoas não entendem no Brasil é que a fantasia, a magia, o sonho e o show acabaram no futebol. Agora o importante é ser competente." "Se fosse levar em consideração o que a torcida quer não chegaria a lugar nenhum." Ele disse que Zinho não está proibido de driblar. "Ele tem que ser criativo. Pode e deve desobedecer as orientações táticas do treinador se for para dar mais criatividade à equipe." Perguntado sobre por que os jogadores têm driblado pouco, o técnico voltou a se irritar. "Quer que eu faça o quê? Ensine-os?" Parreira repetiu que resistirá a "pressões". "Nem pensar em botar três atacantes. Não cometerei suicídio a essa altura." Texto Anterior: "Coquetel" de cinco drogas afasta Maradona dos campos de futebol Próximo Texto: Ricardo Rocha não volta ao time Índice |
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