São Paulo, sexta-feira, 1 de julho de 1994
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Jazz esquenta Montreux a partir de hoje

CARLOS CALADO
ENVIADO ESPECIAL A MONTREUX

O guitarrista suíço Stephan Eicher inaugura hoje à noite o 28º Montreux Jazz Festival. Durante 16 dias o prestigioso evento suíço vai reunir, em três palcos, centenas de músicos de diversos cantos do mundo.
Como já é costume, o festival começa com várias mudanças em seu programa original. A primeira delas é a substituição da cantora Maria Bethânia, que desistiu e mais uma vez deixou Montreux com água na boca, por Toots Thielemans.
Neste domingo, o gaitista e guitarrista belga vai mostrar em Montreux a segunda parte de seu "Brazil Project", exibido dois anos atrás, no Free Jazz brasileiro. A seu lado estarão Oscar Castro-Neves, Dori Caymmi, Eliane Elias e Ricardo Silveira, brasileiros radicados nos EUA.
Na vaga deixada por Marina Lima, escalada para o Miles Davis Hall, entra o violonista paraense Raphael Lima, que terá como destaque em sua banda o trombone do paulista Bocato. Pouco conhecida no Brasil, a cantora Diana Miranda também vai reforçar essa noite.
Porém, as atrações mais esperadas pelo público europeu são mesmo as escaladas para a "Mazzola's Gala Night", amanhã, que homenageia o produtor carioca Marco Mazzola: Jorge Ben Jor, Ney Matogrosso & Aquarela Carioca e Daniela Mercury.
Outra alteração de última hora é a do dia 10, após o cancelamento do Tributo a Otis Redding. Agora entram o guitarrista carioca Heitor T.P., o trompetista Wallace Roney e os guitarristas Johnny Copeland e Joe Louis Walker.
Além das duas noites brasileiras desta edição, o diretor do festival, Claude Nobs, destaca como novidade as noites de 7 e 8 de julho, que vão reunir vários grupos latinos de rock, como o mexicano Cafe Tacuba, o espanhol Presuntos Implicados e o cantor argentino Fito Paez.
Um dos festivais mais ecléticos do mundo, Montreux segue apostando na diversidade. Nesta segunda-feira, o Miles Davis Hall vai sediar a noite de rap, com o francês Soon E MC e a banda suíça Sens Unik. Na terça, quem comanda o mesmo palco é o "acid jazz" de Galliano e Silent Majority.
Na área do jazz, o festival aposta em várias revelações recentes, como o pianista Cyrus Chestnut, o trompetista Roy Hargrove, o safonista Joshua Redman, ou mesmo a cantora Cassandra Wilson, que está na estrada há uma década, mas só foi descoberta agora pela mídia. Mais ou menos o caso do saxofonista Joe Lovano, que acaba de ser escalado para a noite do dia 12.
Também não faltam medalhões, como o tecladista Herbie Hancock, que vai mostrar sua nova fase pop. Ou mesmo o trompetista Wynton Marsalis (que se apresenta no Brasil em agosto). E ainda as cantoras Betty Carter, Shirley Horn e Helen Merrill, estrelas das duas noites do selo Verve, que também comemora seus 50 em Montreux.
Outra noite voltada para os jazzófilos é a do dia 11. Ao lado de Ray Brown, Paquito D'Rivera, Grady Tate, Slide Hampton e Jon Faddis, o maestro argentino Lalo Schifrin comandará um concerto de jazz sinfônico, a exemplo da apresentação que fez no ano passado.
Uma novidade desta edição do festival será a distribuicão de CDs a todos os espectadores, em várias noites.

O jornalista CARLOS CALADO viaja a convite da Warner e da Polygram

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