São Paulo, sexta-feira, 1 de julho de 1994
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8.000 israelenses protegem Arafat

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo israelense mobilizou 8.000 policiais para proteger o líder palestino Iasser Arafat em sua primeira visita à faixa de Gaza.
O ex-inimigo público número um de Israel tinha sua chegada prevista para as 14h30 locais (8h30 de Brasília) de hoje.
A operação "Deserto Ardente" é um dos maiores esquemas de segurança já montado no país.
Colonos judeus de Gaza prometem manifestações em Jerusalém, bloqueio de estradas importantes e até puseram a cabeça do líder da Organização para a Libertação da Palestina a prêmio.
"Oferecemos essa recompensa (US$ 30 mil) pela captura de Arafat vivo ou morto, mas preferimos vivo para levá-lo a julgamento nos tribunais de Israel", disse o colono Aharon Domb.
"O principal problema é que a extrema direita e a direita em geral, incluindo partidos religiosos, transformaram isto num elemento de incitação para protestos –espero que não distúrbios", disse o premiê israelense Yitzhak Rabin.
Arafat adiantou sua chegada a pedido do rabino-chefe da comunidade sefardita de Israel, Eliahu Bakshi-Doron. A chegada, planejada antes para sábado, coincidiria com o dia de descanso judaico.
"A primeira condição para a paz é o respeito mútuo por valores de todas as religiões", disse Bakshi-Doron em seu pedido.
Arafat deveria chegar ao Egito ontem, proveniente da Tunísia. Ele se encontraria com o presidente Hosni Mubarak em Alexandria e depois viajaria de avião até perto da fronteira egípcia com Gaza.
Arafat deve seguir em carreata até a cidade de Gaza, onde discursa ao chegar. Ele fica três dias.
A OLP disse que ele não deverá ir até Jericó, a outra parte do território ocupado por Israel entregue aos palestinos, por razões de segurança. Seria preciso atravessar o território israelense para chegar lá.
Em Gaza, a vida dos palestinos não parecia diferente ontem.
"Nós preferiríamos que ele viesse de Jerusalém como um conquistador, mas lhe daremos as boas vindas como a qualquer cidadão palestino que volta a sua terra", disse o xeque Ahmad Bahar, chefe da Associação Islâmica de Gaza e partidário do Hamas, grupo palestino que se opõe a Arafat.
Dois soldados israelenses foram atingidos por tiros ontem em Gaza.
Um telefonema anônimo reivindicou para o Hamas a autoria do atentado. "É uma saudação a Abu Ammar (Arafat)".

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