São Paulo, sexta-feira, 1 de julho de 1994
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PLD volta ao governo com 13 ministérios

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O novo primeiro-ministro do Japão, o socialista Tomiichi Murayama, nomeou ontem os 20 ministros de seu gabinete, 13 dos quais pertencem ao Partido Liberal Democrático (PLD), adversário histórico do Partido Socialista (PS).
Derrotado nas eleições de julho do ano passado, depois de 38 anos no poder, o PLD volta ao governo japonês com alguns dos ministérios mais importantes.
O presidente do partido, Yohei Kono, assumiu o Ministério das Relações Exteriores e também o cargo de vice-premiê.
Ryutaro Hashimoto, líder do PLD e ex-ministro das Finanças, assumiu a poderosa pasta de Indústria e Comércio Internacional.
O ministro das Finanças é Masayoshi Takemura, do partido Sakigake, uma das pequelas agremiações formadas a partir da divisão do PLD em 1993.
O Sakigake também ficou com a pasta da Saúde. São do PLD os ministros de Transportes, Justiça, Interior, Agricultura e Educação. São do PS o secretário-chefe do gabinete e os ministros de Construção, Correio e Telecomunicações e Trabalho.
A nomeação ocorreu um dia após a eleição de Murayama pelo Parlamento e cinco após a renúncia do ex-premiê Tsutomu Hata, que ficou apenas 59 dias no cargo.
Hata liderava uma coalizão minoritária no Parlamento desde abril, quando o PS abandonou a aliança formada após a derrota eleitoral do PLD no ano passado.
"Ninguém pensava que o PLD e os socialistas formariam um gabinete. É uma transição histórica e nós devemos superar nossas diferenças", disse o porta-voz do governo, Kozo Igarashi (do PS).
A dúvida de vários analistas é quanto à capacidade de sobrevivência de um governo com disparidades internas tão grandes.
"Será que eles ficarão tempo suficiente para aplicar qualquer política?", perguntou o economista James Vestal, da corretora financeira Barclays de Zoete Wedd.
Apesar das afirmações de que os ministros do PLD prometeram seguir as políticas do PS quanto a defesa, Coréia do Norte e impostos, as primeiras declarações foram contraditórias. "Queremos resolver a disputa quanto ao suposto programa nuclear militar da Coréia do Norte através do diálogo pacífico", disse o chanceler Kono.
A ênfase no diálogo contrasta com o apoio dado pelo governo Hata às pressões dos EUA para que a ONU imponha sanções ao regime comunista norte-coreano.
O premiê Murayama manifestou otimismo quanto às conversações com os EUA sobre comércio.
Ele se encontra com o presidente Bill Clinton de 8 a 10 de julho em Nápoles (Itália), na cúpula do G-7 (grupo dos sete países mais industrializados).

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