São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994 |
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Grupo é mobilizado para vaiar Lula em Salvador
LUCIO VAZ
Um grupo de 200 homens, composto em sua maioria por policiais militares em trajes civis, foi organizado para vaiar Lula e seus aliados e aplaudir o grupo de ACM. Lula evitou o confronto e fez uma caminhada uma hora após o cortejo oficial. A Folha acompanhou e fotografou desde as 5h30 a montagem do grupo organizado pelo grupo de ACM. O ponto de reunião foi o ginásio Antônio Balbino, ao lado do estádio Fonte Nova. Alguns policiais desceram de carros oficiais com emblema da PM. Quase a totalidade era jovem, com cabelo curto e físico atlético. Três homens de terno preto e cinza escuro coordenavam os trabalhos. Um policial fardado chegou num Voyage da PM às 7h30. Desceu e entrou no ginásio, onde os 200 homens estavam reunidos. Uma Kombi de placas US 4534 chegou com carregada de faixas, bandeiras e camisetas. Às 7h45, o grupo saiu do ginásio e entrou em dois ônibus, um deles da empresa São Luis, placas FA 8579. Todos vestiam camisetas com a frase "2 de Julho, Independência da Bahia". O grupo seguiu para os locais por onde passaria o cortejo oficial. Eles se dividiram em grupos de dez ou 20 homens, formando "corredores poloneses" em vários pontos. Vaiaram a gritaram ofensas para a prefeita Lídice da Mata, aliada de Lula. No final do trajeto, cerca de 50 destes homens se colocaram atrás do grupo liderado por ACM e pelo governador Antônio Embassay. Na praça da Sé, agrediram a socos um grupo de militantes do PT. Aboradados pela reportagem da Folha, vários deles confirmaram que eram policiais militares, mas não quiseram se identificar. O deputado Jutahy Magalhães (PSDB), candidato ao governo da Bahia e aliado de Lula, disse que já estava avisado sobre a organização do grupo. O cortejo oficial chegou na praça da Sé às 11h. Pouco depois Lula, acompanhando do seu candidato a vice, o senador José Paulo Bisol (PSB-RS), iniciou a sua caminhada. No meio do percurso, recebeu a doação de um carro de som dos petroleiros e petroqúimicos da Bahia. Estava previsto um almoço de Lula com o conselho político da sua campanha no Salvador Praia Hotel, às 13h. Para a tarde, Lula programou um comício em Santo Amaro, a 40 km de Salvador. A Folha tentou ouvir o governador Embassay através do deputado Benito Gama (PFL). O deputado disse que a assessoria do governador se pronunciaria, o que não ocorreu até o fim da tarde. Texto Anterior: Dois Saltos Próximo Texto: Comissão rejeita as 4 emendas de Bisol Índice |
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