São Paulo, segunda-feira, 4 de julho de 1994
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Empresários pretendem abandonar a carreira

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Quatro dos senadores eleitos como suplentes são grandes empresários dos setores da cafeicultura, mineração, algodão e produtos eletrônicos. Pretendem encerrar a carreira política no fim do mandado.
Chegaram ao Senado em troca da ajuda que deram a políticos, ao longo de campanhas eleitorais. Em alguns casos foram "homenageados" com um cargo de senador.
Gilberto Miranda (PMDB-AM) foi suplente de Carlos De'Carli e Amazonino Mendes até chegar a titular. "Na minha eleição, tive dois votos: o meu e o da minha namorada", brinca o senador.
Antes de se envolver diretamente na política, ele ajudava os amigos candidatos. Afirma que não coloca dinheiro nas campanhas, mas promove reunião de empresários para "apresentar os programas" dos amigos.
Jônice Tristão (PFL-ES), Reginaldo Duarte (PSDB-CE) e Dario Pereira (PFL-RN) também ajudavam nas campanhas dos amigos, até que foram chamados para a vaga de suplente de senador. Não pretendem continuar a carreira.
"Deus me livre. Estou com prejuízo nas minhas empresas", afirma Dario Pereira, um empresário do ramo de mineração. Ele diz que teria uma eleição tranquila para deputado, mas pretende voltar à vida empresarial.
Reginaldo Duarte pertence a uma família de políticos de Juazeiro do Norte (CE), mas nunca havia disputado eleição. "Sempre fugia da raia. Achava que não tinha vocação política", explica.
Em 90 ele não pôde fugir. "O Tasso Jereissati quis homenagear a minha região e pediu um nome. Fui escolhido e não queria aceitar. Mas aceitei porque foi uma gentileza do governador", diz.
Jônice Tristão afirma que acompanha a vida política de Elcio Álvares há duas décadas. Nunca havia disputado mandatos eletivos. Acha que foi escolhido como suplente pela sua imagem empresarial formada em mais de 50 anos.

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