São Paulo, segunda-feira, 4 de julho de 1994
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Cientistas criam shopping center virtual

DA "NEW SCIENTIST"

Cientistas dos EUA desenvolveram uma possível solução para quem é viciado em fazer compras, mas não gosta de multidões: um shopping center virtual.
Usando óculos e luvas especiais, o shopping virtual torna possível ir às compras sem enfrentar filas no estacionamento nem aglomerações indesejáveis.
Basta achar as mercadorias desejadas, colocá-las na sacola virtual e esperar a entrega em casa.
A idéia é usar as compras para trazer a realidade virtual às pessoas, diz o arquiteto Marc Fredrickson, da Universidade da Califórnia, pai do projeto.
O nome escolhido para o shopping virtual é bastante sugestivo: Na Sacola.
Ele foi desenvolvido por Dema Zlotin e Michael Kelley no Centro de Supercomputação de San Diego (Califórnia), para onde Fredrickson levou o projeto.
Para passear pelo shopping, basta sentar ao computador, pôr um par de óculos que faz a tela parecer tridimensional e usar luvas com sensores, capazes de captar o movimento das mãos.
Quando a luva se move, uma mão desenhada na tela também se mexe. Outro dispositivo controla o progresso em torno do shopping.
O ponto de partida é a ala de entrada. O comprador anda até um pedestal e pega a sacola de compras com a luva.
Há então duas opções. A primeira é ver os itens de uma lista de compras nas paredes das alas. A outra é passear pelo shopping à vontade.
Dentro de cada loja é possível inspecionar as mercadorias, ver aparelhos de som numa loja, pranchas de surfe na outra. Para comprar, basta colocar a mercadoria na sacola de compras.
Mas os consumidores não são os únicos a tirar proveito do shopping center virtual.
Arquitetos podem pôr em prática seus projetos mais exóticos, sem se preocupar com preços, com as leis da cidade ou até com a lei da gravidade.
As lojas podem ter paredes tortas e tetos improváveis. Os arquitetos podem testar projetos diferentes para a loja e verificar qual deles vende mais mercadorias.
E também não há nenhum motivo para as compras virtuais serem solitárias, diz Fredrickson.
O vídeo de demonstração do Na Sacola mostra um casal de namorados sentados juntos ao computador: ele mexe na luva, enquanto ela determina o trajeto.
O sucesso das compras realizadas através de canais de TV, que vendem desde anéis de zircônio até edições limitadas de bonecas de porcelana, sugere um futuro promissor para o shopping virtual.
O único problema é que o }Na Sacola ainda não é economicamente viável.
Um protótipo será apresentado este mês em uma conferência de computação gráfica Siggraph, na Flórida.
O cidadão comum, porém, terá de esperar o preço dos equipamentos cair nos domínios da realidade.

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