São Paulo, segunda-feira, 4 de julho de 1994 |
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Quércia cita Médici e elogia regime militar
EMANUEL NERI
"Lembro de uma viagem do ex-presidente Médici ao Nordeste em que ele dizia que o país ia bem, mas o povo ia mal", disse Quércia. "Esta é a nossa bandeira, a bandeira do meu partido". Quércia sempre fez questão de destacar a participação dele e do PMDB no movimento contra o regime militar. Dizia ter sido perseguido pelos militares. Quércia mudou o tom de seu discurso ao receber ontem o apoio do PRP (Partido Republicano Progressista), presidido por Adhemar de Barros Filho, filho do ex-governador paulista Adhemar de Barros. Embora tenha dito que não quer o "modelo militar", Quércia afirmou ter havido "avanços" durante os governos militares. "Houve avanço na agricultura e na indústria". Garrastazu Médici (1905-1985) governou o Brasil entre 1969 e 1974. Foi considerado o presidente mais duro do regime militar, iniciado em 1964 e encerrado em 1985. A frase de Médici foi feita no início de 1970, em viagem ao Nordeste. Sua frase é a seguinte: "A economia vai bem, mas o povo vai mal". Na época, vivia-se o início do chamado "milagre brasileiro". O PRP de Adhemar de Barros Filho não se coligou formalmetne ao PMDB. Seu diretório nacional resolveu apenas dar apoio a Quércia. Adhemar comparou Quércia ao seu pai. "Quércia, assim como o velho Adhemar, sempre sofreu injustiças e foi acusado de irregularidades", afirmou. "Mas foi absolvido de todas as acusações". Segundo Adhemar, um dos motivos de seu apoio a Quércia é o fato de o candidato peemedebista ser "o único presidenciável genuinamente paulista". Em seu discurso, Dirceu Rezende, secretário-geral do PRP, disse que Quércia era filho de "Octávio Ceccato, que presidiu o PSP (partido de Ademar) em Pedregulho (terra de Quércia)". Na verdade, o pai de Quércia chama-se Octávio Quércia. Octávio Ceccato foi presidente do Banespa no governo de Quércia em São Paulo. (Emanuel Neri) Texto Anterior: O QUE FIZERAM Próximo Texto: Denilma ataca o ex-marido Bulhões Índice |
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