São Paulo, segunda-feira, 4 de julho de 1994
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Ministro monta assessoria para vigiar os preços

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, anunciou ontem que vai formar "uma força auxiliar para acompanhar o que está ocorrendo com os preços".
Ele disse que convocará funcionários do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Ministério da Fazenda para montar esta "força auxiliar".
Ricupero informou também que vai criar dentro do ministério a "Unidade de Política de Preços", uma nova assessoria ligada diretamente ao seu gabinete. Ela vai acompanhar os aumentos e negociar, com indústria e comércio, a queda dos preços.
Segundo o ministro, o ex-secretário-adjunto do extinto CIP (Conselho Interministerial de Preços), Daniel de Oliveira, será o titular da nova assessoria.
Com isto, o governo pretende iniciar, a partir de hoje, um "sistema de controle" de preços no varejo e na indústria, afirmou.
Ele disse que a formação da "força auxiliar" já foi discutida com os presidentes do BB e da CEF. Segundo Ricupero, poderão ser convocados cerca de 200 mil funcionários das duas instituições.
A criação da Unidade de Política de Preços esvazia, na prática, as funções de José Milton Dallari, assessor especial para preços do Ministério da Fazenda.
A saída de Dallari do governo já é comentada na Fazenda e no Palácio do Planalto. Nas vésperas do lançamento do Plano Real, Dallari entrou duas vezes em confronto direto com o presidente Itamar.
Ricupero negou que o governo esteja perdendo o controle sobre os preços. Disse, porém, que "é preciso responder imediatamente aos reclamos da população".
Segundo o ministro da Fazenda, o número de fiscais da Sunab (334 em todo o país) é pequeno para a tarefa de monitorar preços.
Ele sugeriu que a central telefônica do Banco Central que tira dúvidas sobre o plano seja usada para receber denúncias de abusos de preços.
O ministro defendeu "uma espécie de pacto" entre governo e empresários. Ele prevê a redução de impostos como o IPI. Em troca, os empresários reduziriam preços.
Ricupero disse que poderá rever a redução das alíquotas de importação caso os fabricantes nacionais de produtos similares se comprometam a baixar seus preços.

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