São Paulo, segunda-feira, 4 de julho de 1994
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Suécia vence o calor e a Arábia Saudita

NOELLY RUSSO

A Suécia garantiu uma vaga nas quartas-de-final ao vencer a Arábia Saudita ontem por 3 a 1, no Cotton Bowl, em Dallas. A partida foi vista por 60.227 pessoas.
O jogo foi um bom exemplo de como uma partida em que se marca quatro gols pode ser monótona. Houve poucas oportunidades de marcar –as mais claras foram as que definiram o placar.
O calor e o esquema extremamente defensivo armado pelo treinador sueco, Tommy Svensson, contribuíram para que a partida fosse lenta.
"Nós vimos o jogo entre Alemanha e Coréia e decidimos correr o menos possível. Por isso, jogamos com calma para aguentar os 90 minutos", disse o técnico.
Em alguns momentos a partida estava tão desinteressante que os gritos da torcida passaram a refletir a rivalidade entre norte-americnaos e mexicanos. Só se ouvia "México!" e "USA!".
Svensson armou o time com quatro defensores e dois meio-campistas que jogaram recuados para auxiliar a defesa.
Ele acha que a boa defesa é uma das chaves para o sucesso neste mundial. "Jogamos bem na defesa. Por isso, pudemos ganhar. Além disso, conseguimos manter a bola baixa, sem jogadas longas."
A Arábia, por outro lado, usou o que o técnico da seleção, Jorge Solari, chamou de "estilo árabe".
"Assumo toda a responsabilidade por ter armado o time muito ofensivo. Mas esse é o jeito que estão acostumados a jogar há 20 anos. Não dá para mudar tudo em três meses de treinamento."
Para Solari, ser agressivo era a única maneira de tentar bater os suecos. "Sabíamos que seria um jogo muito difícil e achamos que sairíamos da Copa de maneira honrosa", disse Solari.
A Suécia marcou primeiro, aos 6min do primeiro tempo. O autor do gol foi Dahlin, estrela do time. Aos 6min da segunda etapa, Andersson faria seu primeiro gol.
Al Gesheyan marcou pela Arábia Saudita aos 35min do segundo tempo. Logo depois do gol, os árabes tiveram uma boa oportunidade para marcar em uma sequência de três escanteios consecutivos.
Mas Andersson fez seu segundo gol, e terceiro da Suécia, aos 41min, encerrando o placar.
"Foi muito importante termos feito o gol primeiro. Conseguimos segurar a bola e evitar jogadas à distância", disse o jogador Andersson.
Para Brolin, a Suécia vem se tornando a melhor surpresa do mundial. "Antes da Copa começar, poucos falavam da Suécia. Agora, já estamos nas quartas-de-final. Pretendemos chegar ainda mais longe."
Para ele, a grande diferença entre este time da Suécia e o que jogou em 1990 é o melhor preparo físico da equipe. "Em 90 não estávamos todos bem preparados."
Al Jawad disse que apesar de desclassificados, os árabes voltam como heróis para o país. Ele disse que os árabes estão muito felizes com o desempenho da seleção.
"Ninguém achava que podíamos chegar à segunda fase. Fico triste por não termos conseguido marcar mais gols. Perdemos muitas oportunidades no segundo tempo", afirmou.
A Suécia obteve um total de sete escanteios, nenhum aproveitado. A Suécia só conseguiu cobrar dois escanteios, também sem marcar.
Os suecos tiveram uma jogada em impedimento, enquanto os árabes não tiveram nenhuma. Os árabes fizeram nove faltas. Os suecos cometeram uma a menos.
O árbitro brasileiro Renato Marsiglia deu dois cartões amarelos para a Suécia –Ljung (aos 16 minutos) e Thern (aos 67). Al Muwallid recebeu um amarelo pelo time da Arábia Saudita.

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