São Paulo, segunda-feira, 4 de julho de 1994
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O dia de certas (In) Dependências

EDUARDO FISCHER
ESPECIAL PARA A FOLHA

As bandeiras se combinam. O azul é a seqência do amarelo, que antecede o verde, que se contrapõe ao vermelho, que embeleza o branco. A diferença mesmo que existe entre nós, povo brasileiro, e o povo de lá, o americano, é o espírito de independência deste último.
O povo do 4 de Julho comemora a sua independência com muita festa, muita alegria, muito prazer. Quase como um Carnaval brasileiro. Aliás, o que mais se parece com o nosso Carnaval nas solenidades americanas são a Parada Gay e o Independence Day, em que o povo azul, branco e vermelho também vai às praças, às ruas, à beira do mar, aos campos, transbordando de alegria.
É uma manifestação popular em que o que mais transpira é o espírito da nacionalidade americana. Nacionalidade baseada na independência. E é essa independência total, inclusive do futebol (soccer), que diferencia bem os dois povos.
Nós também temos o nosso Carnaval, as nossas manifestações populares. Também vamos às praças, ruas, beira do mar. E também temos o espírito de nacionalidade. A única coisa que nós não temos é uma Parada Gay tão bem organizada.
Mas de resto, estaremos festejando, neste 4 de Julho, a independência americana e a nossa total dependência do futebol e, se Deus quiser, presenteando este povo tão independente com uma festa cheia de gols e de uma alegria espontânea, viva e sagaz. Uma alegria verdadeira, digna de um povo feliz. Alegria verde-amarela, é claro.
Happy Soccer Dependence Day.

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