São Paulo, segunda-feira, 4 de julho de 1994 |
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Primal Scream troca dance music por Stones
MARCEL PLASSE
Banda: Primal Scream Lançamento: Sony Preço: R$ 18,00 (o CD, em média) O quarto álbum do grupo britânico Primal Scream, "Give Out But Don't You Give Up", parece um bom disco do Rolling Stones. Mas não é só isso. A esquizofrenia de Bobby Gillespie, vocalista e líder, tem mais complicações. Está claro agora que o som dançante de "Screamadelica" era obra do DJ Andy Weatherall, que trabalhou com a banda entre 89 e 92. Sem Weatherall, Primal Scream voltou a ser uma banda de rock. Mais ou menos. "Funky Jam" e a música-título têm produção e vocal de George Clinton, deus do funk americano dos 70. Ele também remixa o soul "Free", cantado por Denise Johnson. O resto, na voz de Gillespie, empalidece em comparação. E o resto é Stones na veia. "Rocks", a música do vídeo glitter, entrega a referência no título –"Rocks Off", do Stones. As baladas de coração dilacerado e boca seca, "(I'm Gonna) Cry Myself Blind", "Big Jet Plane" e "Sad and Blue" resgatam o espírito de "Beggar's Banquet", o álbum branco de blues do Stones. E se não é Mick Jagger cantando em "Call on Me", só pode ser Gillespie. Na verdade, podia ser também Tim Burgess, do Charlatans, outro grupo que entrou no revival. A tendência não é invenção do Primal Scream. Peter Wolf, nos 80, fez carreira imitando Jagger. Mais recentemente, o grupo Black Crowes, produzido por George Drakoulias, revelou-se um bom carbono. Não por acaso, Drakoulias assina a maior parte das faixas de "Give Out But Don't You Give Up" –e também do próximo disco do Ride. As pistas brilham no escuro. Primal Scream tinha trabalhado com Jimmy Miller, produtor do Stones, em faixas de "Screamadelica". Agora, usa o pianista Jim Dickinson, que tocou no LP "Sticky Fingers", de Jagger, Richards e cia. Gillespie fez o dever de casa direitinho. Merece passar de ano. Feliz 1975. Texto Anterior: Vocalistas se vendem como intérpretes Próximo Texto: FOTOS Índice |
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