São Paulo, segunda-feira, 4 de julho de 1994
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G-7 discute conflitos políticos e comerciais

ANDRÉ LAHOZ
DE PARIS

Os chefes de Estado e governo dos sete países mais industrializados do mundo estarão na próxima semana em Nápoles (sudoeste da Itália), para mais uma reunião.
Entre os dias 8 e 10 de julho, os representantes dos EUA, Canadá, França, Itália, Reino Unido, Alemanha e Japão debaterão temas tais como a guerra da Bósnia, o déficit comercial americano e a usina nuclear de Tchernobyl.
A Rússia, que não faz parte do G-7, foi convidada a participar como "associada".
Apesar da importância da reunião, os analistas e a imprensa européia estão céticos quanto a eventuais resultados práticos. Muita discussão e pouca ação é o que esperam do encontro de cúpula.
Um dos problemas desse encontro é a instabilidade política do Japão. A uma semana da reunião, o país elegeu novo primeiro-ministro, que muitos acreditam não se manterá no cargo por muito tempo.
O representante comercial dos EUA, Michael Kantor, disse ser difícil exigir demais do governo logo após a eleição de seu premiê.
Entre os temas políticos, serão discutidas as guerras da ex-Iugoslávia e de Ruanda.
Sobre a ex-Iugoslávia, haverá amanhã uma reunião de representantes da União Européia, dos EUA e da Rússia em Genebra, onde se tentará, mais uma vez, um acordo que coloque fim à guerra.
A reunião de Nápoles não deve fazer muito mais do que ratificar as decisões tomadas em Genebra.
Sobre Ruanda, é certo que a França tentará forçar seus parceiros a enviar homens para ajudar a "operação humanitária" em curso.
Até o momento, a missão conta apenas com soldados franceses, além de poucos senegaleses.
O ministro da Defesa francês, François Léotard, exige maior apoio de seus aliados desde o início da operação, há uma semana.
No bloco econômico, o maior problema a ser discutido será o enorme déficit comercial dos EUA em relação ao Japão e a queda do dólar em relação às moedas européias e, principalmente, ao iene.
A ajuda dos países ricos à Ucrânia para que desative seus antigos reatores nucleares em Tchernobyl também deve estar em pauta.
Os países europeus, que concordaram em ajudar a Ucrânia a concluir outros reatores nucleares considerados seguros em troca do fechamento de Tchernobyl, tentarão agora fazer com que Japão e EUA ajudem a pagar a conta do acordo.

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