São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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Procuradoria cita Maluf como testemunha

MÁRIO SIMAS FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPR), terá que depor na Justiça sobre o caso Paubrasil, se o juiz federal Ali Mazloun aceite a denúncia feita pela Procuradoria da República.
O nome do prefeito foi relacionado como testemunha pelo Ministério Público Federal. Se a denúncia for aceita, a Justiça terá que intimar o prefeito a depor em processo criminal.
A Paubrasil Engenharia e Montagens Ltda arrecadou irregularmente cerca de US$ 19 milhões para as campanhas eleitorais de Maluf em 1990 e 1992.
Acusações
O Ministério Público Federal acusa os donos da Paubrasil –João Carlos Martins e Ettore de Gagliardi– e o coordenador político das campanhas malufistas, Calin Eid, de formação de quadrilha, falsidade ideológica e sonegação fiscal.
Os procuradores da República que investigam o caso Paubrasil querem saber se o prefeito tinha conhecimento da origem dos recursos de suas campanhas eleitorais.
A estratégia do Ministério Público Federal é que o depoimento de Maluf reforçe as provas sobre o crime de formação de quadrilha.
No depoimento que prestou à Polícia Federal, Calin Eid negou que o prefeito tivesse conhecimento das origens dos recursos para sua campanha.
Apesar de Maluf ter sido favorecido pelas irregularidades cometidas pela Paubrasil, os procuradores da República que investigam o caso evitaram convocar o prefeito na primeira fase das investigações, quando os depoimentos eram prestados à Polícia Federal.
A inclusão de Maluf na lista dos depoentes, segundo os procuradores, poderia dar uma conotação política às investigações.
Assessores de Maluf, como Sinésio Gobbo e Ignácio Gandolfo, também foram relacionados como testemunhas de acusação.
Na Polícia Federal, ambos admitiram que despesas das campanhas eleitorais foram pagas com recursos arrecadados pela Paubrasil.
Os acusados disseram que só se manifestarão quando tomarem conhecimento oficial da denúncia.

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