São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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Sem-terra acampam em frente ao Incra de RS

DIONE KUHN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Um grupo de sem-terra está acampado desde ontem em frente ao prédio do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Porto Alegre.
Segundo o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra), os 120 acampados querem que o ministro da Agricultura, Synval Guazzelli, cumpra a promessa de solucionar em 30 dias a situação dos ocupantes de terras no Rio Grande do Sul.
Ele teria feito a promessa em maio. O superintendente regional adjunto do Incra, Dorival Sostisso, disse que o processo de negociação com o Ministério da Agricultura para a legalização de assentamentos em Capão do Leão e Não-Me-toque está adiantado.
Sostisso afirmou que os sem-terra em vigília querem apenas apressar essa legalização.
O MST também organizou manifestações em Eldorado do Sul, onde pela manhã e tarde de ontem um grupo de colonos bloqueou um trecho da BR-290. Não houve tumulto nem congestionamento.
A Polícia Rodoviária Federal informou que aproximadamente 400 colonos interromperam parcialmente a pista no km 142, na divisa dos municípios de Eldorado do Sul e Arroio dos Ratos.
Pela manhã, das 9h às 10h, e à tarde, das 15h20 às 16h50, os sem-terra colocaram madeiras e galhos de árvores na pista da BR-290. Segundo a polícia, não houve incidentes nem engarrafamento.
A vigília em frente ao prédio do Incra é por tempo indeterminado. Os sem-terra acampados no local são dos municípios de Bagé, Eldorado e Vacaria.
O superintendente-adjunto do Incra disse que os assentamentos dependem do surgimento de áreas passíveis de desapropriação.
Os sem-terra afirmam que em maio, durante a ocupação da Fazenda Santa Rita, localizada em Lagoa Vermelha, Guazzelli teria dito que priorizaria o Rio Grande do Sul nos assentamentos.

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