São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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PT quer safra de 100 milhões de toneladas

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT vai anunciar no próximo dia 24 sua política agrícola cuja meta principal é aumentar a safra brasileira para 100 milhões de toneladas por ano (leia mais sobre a promessa à pág. 1-4).
A informação é do deputado Aloizio Mercadante (PT-SP). Ele disse que o programa de governo do PT prevê um "choque de oferta agrícola" no país.
Se o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, for eleito, uma das prioridades de seu governo será a ampliação expressiva da disponibilidade de alimentos da cesta básica.
Essa política agrícola, afirmou, será acompanhada de outros medidas redistributivas e estruturais, entre elas as reformas agrária e tributária, com o objetivo de mudar o padrão de consumo do país.
Após ressaltar a vocação agrícola do Brasil, Mercadante afirmou que o programa do PT pretende ampliar as fronteiras agrícolas do país em um milhão de hectares por ano e usar a irrigação para aumentar a produtividade rural.
Ele disse que o país não pode se conformar com a safra agrícola de 76 milhões de toneladas. "O país pode rapidamente atingir a meta de 100 milhões de toneladas."
Ele fez essas afirmações durante o seminário sobre os impactos e perspectivas do real, promovido ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O PT, disse, vai lançar políticas claras, estáveis e duradouras para capitalizar a agricultura brasileira e alavancar a produção de alimentos.
Ele afirmou que o Brasil tem o dobro da área agrícola da China, mas a China teve, em 1993, uma safra de 435 milhões de toneladas.
"Isso mostra que o Brasil é um dos poucos países que ainda tem fronteiras agrícolas para ocupar, mas que não vem dando prioridade ao setor agrícola", disse.
Ele disse que para alcançar a meta de aumentar a safra agrícola, o programa do PT pretende penalizar a grande propriedade improdutiva e assentar 800 mil famílias em um período de quatro anos.
Ele disse que o PT pretende ainda desmontar a indústria da seca e colocar os recursos da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) efetivamente em programas de irrigação, pelo menos, em 1,5 milhão de hectares.
Mercadante tentou tranquilizar os empresários quanto à política econômica do PT. "Vamos respeitar todos contratos porque essa é uma dimensão fundamental de um governo que queira estabilizar a economia e resgatar a credibilidade do Estado brasileiro", disse.

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