São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994 |
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PT quer safra de 100 milhões de toneladas
ANTONIO CARLOS SEIDL
A informação é do deputado Aloizio Mercadante (PT-SP). Ele disse que o programa de governo do PT prevê um "choque de oferta agrícola" no país. Se o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, for eleito, uma das prioridades de seu governo será a ampliação expressiva da disponibilidade de alimentos da cesta básica. Essa política agrícola, afirmou, será acompanhada de outros medidas redistributivas e estruturais, entre elas as reformas agrária e tributária, com o objetivo de mudar o padrão de consumo do país. Após ressaltar a vocação agrícola do Brasil, Mercadante afirmou que o programa do PT pretende ampliar as fronteiras agrícolas do país em um milhão de hectares por ano e usar a irrigação para aumentar a produtividade rural. Ele disse que o país não pode se conformar com a safra agrícola de 76 milhões de toneladas. "O país pode rapidamente atingir a meta de 100 milhões de toneladas." Ele fez essas afirmações durante o seminário sobre os impactos e perspectivas do real, promovido ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O PT, disse, vai lançar políticas claras, estáveis e duradouras para capitalizar a agricultura brasileira e alavancar a produção de alimentos. Ele afirmou que o Brasil tem o dobro da área agrícola da China, mas a China teve, em 1993, uma safra de 435 milhões de toneladas. "Isso mostra que o Brasil é um dos poucos países que ainda tem fronteiras agrícolas para ocupar, mas que não vem dando prioridade ao setor agrícola", disse. Ele disse que para alcançar a meta de aumentar a safra agrícola, o programa do PT pretende penalizar a grande propriedade improdutiva e assentar 800 mil famílias em um período de quatro anos. Ele disse que o PT pretende ainda desmontar a indústria da seca e colocar os recursos da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) efetivamente em programas de irrigação, pelo menos, em 1,5 milhão de hectares. Mercadante tentou tranquilizar os empresários quanto à política econômica do PT. "Vamos respeitar todos contratos porque essa é uma dimensão fundamental de um governo que queira estabilizar a economia e resgatar a credibilidade do Estado brasileiro", disse. Texto Anterior: Lula diz que não aceitará pressão do PT por cargos Próximo Texto: Petistas vão defender estabilização da economia Índice |
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