São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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Petistas vão defender estabilização da economia

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT decidiu que continuará com o discurso crítico em relação ao Plano Real, mas a partir de agora ressalvará que não é contra a estabilização econômica do país.
A ênfase para negar que aposta no "quanto pior, melhor" foi adotada depois que a cúpula do partido examinou os últimos movimentos da campanha de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O comando petista acha que os tucanos tentam vincular Lula à imagem do defensor do caos, ou seja, do candidato que quer tirar proveito eleitoral da situação de crise econômica do país.
O momento mais delicado para a candidatura Lula, no raciocínio do PT, é o atual. Dá-se como certo no partido que FHC terá ganhos eleitorais no curto prazo com a implantação do real.
Não seria prudente, ainda segundo o raciocínio da cúpula do PT, que os defensores de Lula não explicitassem que também desejam a estabilidade.
A nova angulação do discurso é centrar as críticas ao conteúdo do Plano Real. "Nós vamos mostrar que o plano é ineficiente", afirmou Gilberto Carvalho, secretário-geral do PT. Carvalho admite que a campanha eleitoral "entra em novo momento" com o real.
A análise oficial do comando petista, que é compartilhada por Carvalho, é que Lula não será atingido com o esperado crescimento de FHC. "Ele vai crescer em cima dos indecisos e dos outros candidatos", acha o dirigente do PT.
Mas, internamente, o PT trabalha com a hipótese de, ao menos no primeiro momento, Lula perder alguns pontos nas pesquisas.
No planejamento da campanha de Lula, a tendência a uma pequena queda seria revertida quando a população perceber que as remarcações de preços dos últimos dias atingirão os salários congelados.
O partido deve receber hoje pesquisa que encomendou sobre a receptividade ao Plano Real.

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Sobre as críticas de FHC a Lula à pág. 1-6

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