São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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Sorte salva empresário de 2º sequestro

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A sorte impediu que se concretizasse o segundo sequestro sofrido em menos de três meses pelo empresário Ermínio Dacas, 54.
Dacas foi capturado às 8h30 de ontem, por cerca de dez homens armados com metralhadoras e fuzis que invadiram a firma dele, em Duque de Caxias (município na Baixada Fluminense).
No caminho até o cativeiro, o carro se acidentou. Os sequestradores fugiram, deixando Dacas no Kadett usado pelo bando.
A vítima saiu do carro, a polícia foi acionada e às 11h o empresário já estava em segurança na 74ª DP (Delegacia de Polícia), em São Gonçalo (cidade a 20 km do Rio).
Dacas é dono de uma fazenda de plantação de arroz no Rio Grande do Sul e de uma empresa de distribuição de produtos agrícolas, sediada em Duque de Caxias.
Em 26 de abril, Dacas foi sequestrado quando deixava o depósito. O sequestro terminou em 19 de maio, quando a polícia invadiu o cativeiro que o empresário dividia com mais duas vítimas de sequestro.
Dacas ainda resistiu ao sequestro de ontem. Ele se atracou com um dos sequestradores, que lhe rasgou a camisa.
Os sequestradores carregaram o empresário, colocando-o no porta-malas do Kadett em que fugiram, seguidos de um Gol e de um Fusca, usados na ação.
Os carros foram pela avenida Brasil e ponte Rio-Niterói. Em alta velocidade, chamaram a atenção dos patrulheiros do posto da Polícia Rodoviária Federal da rodovia Niterói-Manilha, acesso à região dos lagos do Estado do Rio.
Os patrulheiros estranharam e esboçaram correr para os carros a fim de iniciar uma perseguição.
Ao volante de seu Santana, o juiz Antônio Jaime Boente, da 1ª Vara Criminal de Niterói, assistiu à cena e decidiu acompanhar os carros dos sequestradores, mesmo sem saber o que acontecia.
Boente contou na DP que cerca de um quilômetro após o posto, o Kadett saiu da estrada e bateu no meio-fio. A roda traseira esquerda do carro quebrou.
Segundo ele, três sequestradores saltaram do carro e fugiram, aos gritos de "sujou, sujou". Os sequestradores deviam estar temendo uma perseguição policial que não iria ocorrer. Os patrulheiros não chegaram a iniciar a perseguição.
Boente disse que foi até o Kadett e viu o empresário sair do carro. Dacas conseguiu sair do porta-malas para o interior do carro.
O juiz tentou conversar com a vítima que, apavorada, pensou que se tratava de um sequestrador e correu, gritando socorro.
Após tranquilizar o empresário, o juiz ligou para a Polícia Militar, que cercou a área, mas não prendeu os sequestradores, que roubaram um Chevette para fugir.

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