São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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Ex-interno diz ter enterrado corpos

DA REPORTAGEM LOCAL

As denúncias sobre o Centro Social São Marco surgiram com depoimento de M.A., um ex-interno que atuaria como "crachá" na instituição. Veja abaixo as principais denúncias:
1 - Um grupo de pacientes conhecidos com "crachás" faria trabalho de enfermagem e de disciplina no manicômio. Eles seriam violentos com os internos, provocando fugas regulares e até mortes de pacientes.
2 - O portuário João Gomes Pereira, que se internou para tratamento de alcoolismo em dezembro de 92, teria sido assassinado pelos "crachás" e seu corpo enterrado no manicômio.
3 - O portuário José Wilson Pereira Diniz foi internado no ano passado e desapareceu. Ele foi encontrado seis meses depois no hospital Tatuapé, em São Paulo, com traumatismo craniano e marcas de espancamento.
4 - O interno Joaquim dos Santos perdeu o braço depois de ter sido agredido por "crachás" e não receber atendimento médico. Ele teria recebido uma injeção dada por um "crachá" e passado uma noite amarrado na cama. Ele só foi medicado no dia seguinte.
5 - O "ex-crachá" M.A. procurou espontaneamente o SOS Saúde Mental para denunciar que enterrou no manicômio quatro corpos de internos que teriam morrido espancados no local.
6 - Duas enfermeiras ouvidas pelo Ministério Público em Mauá (Grande SP), confirmaram as denúncias de maus-tratos aos internos, e no atendimento ao pacientes, como falta de higiene, falta de remédios, alimentação precária, alojamentos impróprios e superlotação. Todas as irregularidades foram constatadas pela fiscalização do Ministério da Saúde.

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