São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994 |
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Mulher ainda procura o marido
LUIS HENRIQUE AMARAL
Faltando apenas um ano para se aposentar, Gomes queria se curar do alcoolismo. Foi para a clínica, que tinha convênio com seu sindicato, por vontade própria. Segundo depoimento das ex-enfermeiras, ao entrar no hospital os "crachás" se assustaram com a força física do estivador, que poderia se tornar uma ameaça. Começaram, então, a espalhar o boato de que Gomes seria um estuprador. Agredido, teria tido uma hemorragia e foi levado para o hospital Nardini, em Mauá. Ao chegar para visitar seu marido, Vera Lúcia foi informada de que ele estava no hospital. Lá, um homem desconhecido ocupava a cama onde estava escrito o nome de seu marido. O registro do hospital dizia que ele havia fugido. "É impossível que ele tenha fugido e nunca tenha me procurado ou a nossa filha, que ele adorava", diz Vera Lúcia. A mulher, que hoje faz comida congelada para sobreviver, diz que, mesmo alcoólatra, seu marido "nunca faltou no trabalho ou dormiu uma noite fora de casa". "No dia que ele se internou, estava feliz, e disse ao médico que só sairia dali curado", diz Vera. Texto Anterior: Advogado nega denúncia e ameaça ir à Justiça Próximo Texto: Ex-interno diz ter enterrado corpos Índice |
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