São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994 |
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Fazenda vai enviar sugestões para reformar Constituição
RAQUEL ULHÔA E LUCAS FIGUEIREDO
Ricupero manifestou sua decisão ao senador José Fogaça (PMDB-RS), relator da MP (medida provisória) do real e ao presidente da comissão especial que vai analisar a MP, deputado Ney Lopes (PFL-RN). O líder do PFL na Câmara, deputado Luís Eduardo Magalhães (BA), também participou da conversa. Ricupero afirmou que vai enviar o pacote de sugestões de reforma constitucional após o primeiro turno das eleições. O ministro defendeu a necessidade de um grande "ajuste fiscal", com profundas mudanças nos sistemas tributário e previdenciário. Para Ricupero, a não realização destas reformas estruturais pode comprometer o sucesso do plano, principalmente no próximo governo. A instalação da comissão especial do Congresso que vai emitir parecer sobre a MP aconteceria ontem mas foi adiada por falta de quórum. Dos 14 titulares, apenas quatro apareceram. Para Fogaça, a falta de quórum foi um "sinal de apoio ao governo". Segundo o relator, se houvesse interesse em mudar a MP, os parlamentares estariam presentes ontem, para começar a discussão. Após se reunir com o ministro Rubens Ricupero, o senador admitiu que poderão ocorrer pequenas mudanças no texto da MP. Ele disse que poderão ser modificados pontos ligados "às questões sociais, como SFH (Sistema Financeiro de Habitação) e caderneta de poupança". Fogaça não deu maiores detalhes. Fogaça e os demais parlamentares que se encontraram com Ricupero disseram ao ministro que a "espinha dorsal" da MP não deverá ser mudada. O deputado Ney Lopes acredita que o Congresso deverá fazer apenas "mudanças técnicas, ou seja, tornar claro o que não está claro". Segundo ele, a regra dos aluguéis é um desses pontos que poderá receber nova redação, sem que se mude o que foi proposto pelo governo. Tabelamento O presidente da Câmara dos Deputados, Inocêncio Oliveira (PFL– PE), vai pedir hoje ao ministro Ricupero o tabelamento dos preços dos produtos da cesta básica e do pão francês. O ministro vai ao Congresso hoje para debater o Plano Real com deputados e senadores. Será uma audiência pública no plenário do Congresso e Ricupero deve levar sua equipe. Inocêncio afirmou que os parlamentares vão "cobrar" do ministro "uma medida forte e efetiva", contra os aumentos de preços. Para Inocêncio, os empresários agiram com "uma ganância incomensurável e com o objetivo de desestabilizar o plano". Na sua opinião, além do "congelamento", o governo deve também punir empresários e comerciantes "especuladores", aplicando a lei antitruste, que coibe aumentos e lucros abusivos. Texto Anterior: Duas metades incompletas Próximo Texto: Escelsa deve ser privatizada em agosto Índice |
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